quinta-feira, 9 de julho de 2020

O insustentável peso de deixar cair


Para quem não assistiu, vale mesmo muito a pena ver o Choque de Ideias da passada segunda-feira, na RTP3, onde Ricardo Paes Mamede e Fernando Alexandre discutiram a questão da TAP (a partir do minuto 26'45''). Com todas as dúvidas que se possam ter sobre a melhor opção e o futuro da companhia, há um ponto que fica bastante claro no debate: quer pela importância que a TAP tem para economia portuguesa, quer pela necessidade de criar condições para equacionar as decisões de fundo, inerentes ao seu redimensionamento e adaptação às novas realidades da aviação civil, a falência da TAP seria a pior solução entre todas as que foram sendo colocadas, desde o início, em cima da mesa.

Há aliás um ponto importante, assinalado por Ricardo Paes Mamede, que tende a ser ignorado pelos que recusam a solução adotada - sem que apresentem propostas alternativas devidamente fundamentadas - e defendem, com a ligeireza de uma conversa de café, deixar cair a companhia: a falência não seria indolor, não seria uma «poupança» sem custos, verificando-se desde logo ao nível da litigância (e que também existiriam no caso de nacionalização forçada). A acrescentar, claro, a custos com os despedimentos em massa e prejuízos das empresas que perderiam contratos, de fornecedores que ficariam sem receber e do impacto imediato na atividade do setor. Nas palavras de Paes Mamede, «independentemente daquilo em que acreditemos, sobre se faz sentido ou não ter a TAP a funcionar em Portugal, ou se podemos dispensá-la, não podemos deixar de ter presente que a falência pura e simples da TAP, neste momento, implicaria custos que provavelmente ninguém que faça algumas contas está disposto a pagar».

Para lá dos custos associados à falência, que obrigam a encarar de outro modo a injeção de 1,2 mil M€ e a aquisição da participação de Neeleman, importa ter noção do que significa realmente a TAP para a economia portuguesa. Não são só os cerca de 10 mil trabalhadores (a que corresponde uma receita anual de 300M€ em impostos e contribuições). São também os cerca de 1,3 mil M€ em compras a mais de mil empresas nacionais, ou a faturação de 3,3 mil M€, que se traduzem em 2,6 mil M€ em exportações. O próprio Fernando Alexandre, cético face à solução adotada, reconhece que a TAP tem «uma estrutura muito enraizada na economia portuguesa, e por isso é tão importante e tão difícil saber o que é que aconteceria se ela fosse à falência. (...) Embrenhada no sistema produtivo português, tem uma rede de fornecedores, dá imenso emprego, ou seja, é uma empresa que tem um peso muito grande, não há dúvidas nenhumas sobre isso. Se nós quisermos de facto reestruturar a TAP, nós temos que saber no que é que nós estamos a mexer». Ora, é justamente isso que o acordo também permite: criar condições para encontrar o melhor modelo e a melhor escala, num processo que será sempre, do ponto de vista do Estado, de reestruturação estratégica.

28 comentários:

Anónimo disse...

E então, se a TAP não pode falir, porque razão foi privatizada, em primeiro lugar?
Não é a livre concorrência o principal motor dos mercados?
Onde está a livre concorrência, se uma empresa só é privada quando dá lucro, mas passa logo a estatal quando dá prejuízo?
Se há ativos que nunca deveriam sair do estado (e a produção e distribuição de energia elétrica é o maior deles, pese embora o sketch TAP), porque não estão assim definidos na constituição?
Porque PS e PSD não quiseram que fosse assim, certo?
Então, já estão a ver quem são os culpados do colapso da TAP, certo?
Certo!!!

Jaime Santos disse...

Susana Peralta escreveu um excelente artigo no Público em que coloca em causa a solução adoptada para a TAP, questionando o seu peso actual na Economia em comparação com aquele que tinha antes da crise pandémica.

A nova TAP reestruturada vai ser uma TAP seguramente mais pequena que gerará menos negócio e logo menos emprego na Economia em geral. Deverá também ser uma empresa com menor impacto ambiental, espera-se...

A outra questão que se coloca é da do novo modelo de gestão. De recordar os prejuízos sucessivos da TAP antes da tentativa de privatização pelo PÀF e da sua redução a uma espécie de low-cost sobre a batuta da actual gestão executiva.

O Estado em Portugal tem gerido mal muitas empresas públicas e não chega dizer que a qualidade da gestão privada também não é grande coisa. O dinheiro que poderemos vir a enterrar na TAP seria melhor gasto com os serviços que o Estado deve sim proporcionar aos cidadãos.

E quanto à contribuição para o turismo, se continuar a haver procura, haverá certamente quem se disponha a voar para Portugal...

Jose disse...

O que ninguém fala:
- que litigâncias eram sustentadas, quer pelo processo de privatização quer pelos termos do negócio de entrada do Estado no capital, no caso de falência ou nacionalização.
- que impedimentos coloca a lei das falências para que um administrador da massa falida possa estabelecer um contrato de exploração com entidade credível, envolvendo bens da massa falida e pessoal da empresa.

O fracasso do negócio não haveria de ser contemplado no acordo de entrada do Estado como dizem ter sido contemplado no processo de privatização?

Demasiado não é claro nesta salgalhada de acordos e reservas em que demasiada gente trata de salvar a pele.

Paulo Guerra disse...

Mais do mesmo. Desta vez o grande problema do FA foi o Pedrosa ter ficado. Do cortejo de vozes que se levantou contra a intervenção do Estado na TAP a maioria não propõem qualquer outra opção. E os restantes é só fantasias.

Anónimo disse...

O estado em Portugal tem gerido mal muitas empresas Públicas

As privadas têm sido melhor geridas, diz entusiasmado Jaime Santos, a pensar no último quadro cénico do NB. E quando as empresas públicas são geridas pelos tipos que depois vão para as privadas,que as compraram por tuta e meia, então isso aí tem sido o supra-sumo

Parece que a estória de Jaime Santos tem os pés curtos..

E se dissermos que quem tem gerido muito da coisa publica são tipos assim travestidos de euroinomanos fundamentalistas, tipos que olham para a UE daquela forma de “ venha a nós o vosso reino” , tipos daqueles neoliberais sem escrúpulos, vende-pátrias ao desbarato, então a coisa começa a ficar ainda mais feia

Ha qualquer coisa também de vende-pátrias em quem afirma que há sempre quem queira voar para Portugal, desse jeito expresso pelo Jaime Santos.

Ê o destino de quem gosta de grilhetas...

Anónimo disse...

Isto é um autêntico circo, muitos dos intelectuais de esquerda deste país andam a defender um certo tipo de corporativismo que não salvaguarda nada colectivamente mas defende alguém em particular, o importante não é um modelo de sociedade que defenda todos, o importante é que tudo se mantenha na mesma. Na visão destas pessoas a vida de um desempregado de um sector que não é considerado estratégico vale menos do que a vida de um desempregado de um sector que assim é considerado, a vida de um trabalhador diferenciado tem mais valor que a vida de um trabalhador indiferenciado e assim por diante a determinada o descaramento e o cinismo passam mal e ainda bem que assim é porque já não há paciência para esta desfaçatez.

Anónimo disse...

Veja-se por outro lado, o lado do negócio de um verdadeiro perito nessas coisas das privatizações

Os ave-marias que Jose cantou aquando da privatização da TAP. E só não prometeu uma ida de joelhos a Santa Comba porque suspeitou que mesmo o patrono não gostaria destas coisas agora travestidas em gestores de negócios a salvar os seus negócios

(Em contrapartida acendeu uma Velinha a Passos Coelho. E uma carta de amigo ao outro)

Anónimo disse...

Já não há ê desfaçatez para o joão Pimentel ferreira e o seu choradinho sobre o “ trabalhador indiferenciado” montado numa multinacional holandesa

Um desavergonhado neoliberal com trejeitos de artista de circo a defender aquilo que defendem estás coisas.

Com o toque de desonestidade que lhe é próprio

Fernando Santos disse...

Só gostava de perceber, o porquê da pipa de massa para o americano!

Anónimo disse...

Faz este anónimo das 16 e 53 lembrar de facto o “ Pedro “ , um dos nickname de Joäo Pimentel Ferreira e que assumia exactamente este tipo de rábula entre os indiferenciados e os diferenciados. Assumia também uma costela simpatizante da obra social de Hitler. E um dia descaiu-se e mostrou que não passava de um vulgar racista abjecto

Força Força Camarada Vasco disse...

para onde vai voar a TAP e com que passageiros?

Anónimo disse...

E há dinheiro para manter a TAP durante anos quase sem receitas?

Anónimo disse...

Se há dinheiro para encher os cofres dos neoliberais aqui e na Holanda , não há para defender a nossa soberania?

Ó pimentel Ferreira que disparates são esses?

E também não sabe para onde vai voar a TAP?

Que mediocridade de holandês ministerial

Anónimo disse...

A pressa em desbobinar a missa rezada dá nisto

Ao contrário do que Pimentel Ferreira afirma sobre o grande problema de FA , este não reside na permanência de Pedrosa. Confirma aquilo que disse de outros. Só fantasias.

Já os seus propuseram mesmo alternativas.Daquelas tão ao gosto dos neoliberais da nossa praça. Mas nessa altura o pimentel Ferreira estava a mascarar-se de.

Anónimo disse...

Importante é que agora que a TAP é maioritariamente pública e que os contribuintes de todos o país pagaram e vão pagar bem para que isso acontecesse que se comece a servir efetivamente a servir com transporte aéreo todos os aeroportos nacionais. Do meu ponto de vista já era vergonhoso que um aeroporto no interior construído há uma década como o de Beja continuasse sem ser servido pela TAP com linhas regulares. As ligações às ilhas e obter ilhas também deverão ser melhoradas. Isto para mim é que é serviço público. Serviço público não é andar a passar voos do Porto para Lisboa na tentativa de justificar mais um aeroporto. A tap vai dar prejuízo e isso deve ser assumido como tal mas se conseguir tornar Évora, alqueiva, o restante Alentejo como um destino turístico a sério, uma das zonas mais deprimidas do país, com um potencial Turístico enorme por explorar, é algo que me pode convencer que valeu a pena. Que o investimento de todos pode ajudar os mais desfavorecidos . Na ilhas como é óbvio As populações pagam também um custo enorme pela insularidade e dupla insularidade. Portugal tem de apoiar estas populações com linhas aéreas regulares a preço de transporte público

João Pimentel Ferreira disse...

Vou ver, gosto de ouvir académicos, são descomprometidos ao contrário de empresários e políticos. Recomendo também o Negócios da Semana onde se debate muito sobre a tap

https://sicnoticias.pt/programas/negociosdasemana/2020-07-02-O-futuro-da-TAP.-O-Negocios-da-Semana-na-integra

Jose disse...

«um aeroporto no interior construído há uma década como o de Beja continuasse sem ser servido pela TAP com linhas regulares».

Óbviamente, a tradição manda, e nas asneiras como nos direitos tudo é irreversível e deve ser levado às últimas consequências. Força, Força...

JE disse...

Há aqui qualquer coisa de equívoco

Fala-se na TAP e Jose fala na tradição e nas asneiras. Não reconhece o seu comparsa, joão pimentel ferreira, que por sua vez nos tenta impingir aquele entulho do jose gomes ferreira, conhecido lambe-botas do cavaquistão.

Fala-se na TAP e jose revira os olhos contra os direitos dos cidadãos...tudo irreversível, dirá, num manifesto azedume trauliteiro

( lembrar-se-á das fitas que andou a fazer por se ter elevado - e cito- acima da "mediocridade da maioria"? A apologia do direito à perpetuação da "coisa"?)

JE disse...

Paulo guerra e o anónimo e o força força desapareceram.

Surge o próprio joão pimentel ferreira, qual virgem impoluta a proclamar que vai ver. E que até gosta de académicos, que são "descomprometidos", ao contrário dele próprio, comprometido até ao tutano holandês.

Vai ver de novo, para ver se o grande problema foi o Pedrosa ter ficado. Ou se o circo dos diferenciados ainda tem pernas para andar.

Mas de facto dá gozo este apressado "vou ver", com que JPF tenta rasurar os auto-comparsas que lhe compartilham o sítio e o lugar

A impotência passa por aqui. O "insustentável peso de deixar cair" assentou aqui arraiais e só lhe sobram estas pinderiquices que envergonham a própria família

Já nem a propaganda à segunda derivada,agora montada nos seus negócios semanais, serve para mais do que uma sonora gargalhada

José Cruz disse...

Há alguns anos atrás,muitos estarão recordados da célebre afirmação a propósito do defunto e finado BPN,que seria "Um banco demasiado grande para falir".A falência é,sempre,um anátema para o incipiente e reduzido mundo financeiro e empresarial lusitano,sempre dependente da alforria e aconchego do Estado,ainda para mais quando o aperto cataclísmico prossegue anos de gestão despicienda,planeamento ineficaz e balanço negativo.A TAP não foge a este padrão e a sua vulnerabilidade é a da peregrina condição de pretender ser uma companhia aérea de bandeira,quando as transportadoras aéreas,hoje,deixaram de ter bandeiras,que foram substituídas por marcas.Isto,nào significa que a idéia evolutiva,de alguns sectores,sempre em apurada observação das melhores alternativas para a salvação nacional,da liquidação da transportadora e criação de outra,mais flexível e (re)virada para destinos mais realistas com a dimensão do espaço nacional e lusófono,poderia ser mais do que a conhecida técnica doméstica de,em vez de providenciar solução, acrescentar ao problema inicial mais alguns,tornando a solução uma miragem.A TAP representa um cluster,com ligações e compromissos contratuais com parceiros de negócios, fornecedores e fabricantes que,só por desconhecimento,inépcia ou oportunismo,poderiam suportar uma decisão liquidatária.

Jose disse...

Sempre fingem ignorar que a liquidação é tão só um dos resultados possíveis de uma falência...

José Cruz disse...

Ao esclarecido comentador das 11:21,gostaria de perguntar quais os resultados possíveis de uma falência,para além da liquidação?Pode responder em termos mais acessíveis como,por exemplo,a falência de qualquer mercearia de bairro,perto de si,como suponho já tenha testemunhado.

Jose disse...

A falência é requerida, por credores ou pela administração da empresa.
O processo de falência tem uns tantos procedimentos, que podem conhecer-se na legislação aplicável.
No essencial um pedido de falência protege os activos das acções individuais dos credores.
Podem nesse processo ocorrer diversas situações, desde ter o pessoal e os activos geridos por uma administração para tal nomeada, dados à exploração a entidades terceiras, e outras formas de minimizar as perdas de uma liquidação.
A liquidação é o recurso último de um irremediável desastre.

Como neste país de lerdos e corruptos, uma administração pode apresentar-se à falência quando bem lhes apetece - normalmente depois de se assegurar do máximo prejuízo para os credores - é que quase todas têm como única solução a liquidação.
Quem se der ao cuidado de ver a evolução do artº 35º do Código das Sociedades Comerciais, verá aí acolhido este miserável sistema de defraudar os mercados, para gáudio dos seus inimigos viscerais, a esquerdalhada.

Anónimo disse...

Estremece Jose com a referência ao defunto e finado BPN .

Sempre finge ignorar essas suas afinidades ideológico-financeiras. É apenas um dos seus sempre resultados possíveis

JE disse...

"Como neste país de lerdos e corruptos"

Será esta uma autocrítica sentida de Jose perante aquele seu perpétuo engrandecimento dos seus terratenentes banqueiros e outros gabirus de grande quilate?

Pode ser que seja,atendendo ao desenlace que assistimos da derrocada dos corruptores e dos corruptos. Do Capital, para o Capital, com o Capital

JE disse...

Há muito que não tínhamos que aturar o fadinho do artigo 35, aquele artigo retirado por Cavaco,como justificação para toda a trampa (é o termo)a que assistimos por parte da mão invisível dos mercados

Agora transformado desta forma patética e pateta como responsável pelo "defraudar dos mercados"

Se não fossem as peripécias com o artigo 35 ( aquele que Cavaco mandou cassar) nem se notaria o cheiro a mistela podre que se esvai com os rapazes donos do Capital e dos seus capatazes emplumados.Os terratenentes de jose

Nem tínhamos que aturar jose a defender os Mexias e os Barrosos.E os corruptores e o direito destes a corromperem.

Nem jose com o artigo 35 debaixo do braço a defender Salgado deste jeito tão amante dos mercados:

"Se roubou é porque foi roubado"

Jose pensará que isto por aqui é da mesma estirpe daqueles blogs onde ele bebeu as idiotices sobre as partes íntimas de salazar e que constitui um seu momento particularmente hilariante?

(Como comediante ou como agente da sociedade comercial dos terratenentes associados?)

JE disse...

Infelizmente esta treta sobre o art 35 do CSC, com que jose volta e meia volta ao "ataque", está imbuída de má fé e de aldrabice.

Porque jose mentiu

Do que se fala é do artº 35 do C. das Sociedades Comerciais

Por acaso o referido artigo caiu durante a governação de um dos que tomou nas mãos a herança do 24 de Abril. As relações entre cavaco, as sociedades comerciais via art 35 e as fraudes dos gestores do Capital está patente na anedota de se citar um artigo parido, nascido e morrido pelas mãos dos implicados em negócios privados. Com a "justificação" de transposição de directivas europeias

O referido artigo nasceu durante a governação de Cavaco Silva, teve desenvolvimentos curiosos ainda durante o seu governo e finou-se mais uma vez com Cavaco Silva.

O referido artigo 35 é uma farsa. Uma anedota. Como se um artigozito permitisse o respeito pela lei e impedisse o roubo, a fraude, o neoliberalismo ultrajante ou a pesporrência ideológica.

Como se a Lei tivesse impedido Dias Loureiro de fazer o que fez e de se passear impune.Ou o Relvas? Ou o Portas? Ou todos os banqueiros e afins que fizeram o que fizeram e engordaram obscenamente à nossa custa. Personagens a quem jose batia palmas e endeusava como verdadeiros terratenentes

É o "capitalismo estúpido"

O melhor no entanto nem sequer é isto. É que o tal artigozito não responsabiliza de facto os gestores como grotescamente alguém insinua
Quem quiser lê o artigo original
http://www.pgdlisboa.pt/leis/lei_mostra_articulado.php?nid=524&tabela=lei_velhas&nversao=1&so_miolo=

Mas há ainda mais:
As versões do artigo 35 nunca chegaram a ter aplicação prática. Uma fraude legislativa e argumentária
http://www.abreuadvogados.com/xms/files/02_O_Que_Fazemos/Publicacoes/Artigos_e_Publicacoes/Reviravolta_no_art.35_do_CSC_-_D_D6.pdf

Mais ainda: quem a modificou foi o próprio Cavaco Silva. Quem esteve embrulhado a parir aquela anedota e as suas sucessivas correcções foi a direita e a extrema-direita

Aquele artigozito no dizer dum insuspeito ídolo do cavaquismo:
" é um exemplo extremo, com rigores, em 1986 e em 2002, que nenhuma lei comunitária pensaria impor"
http://www.oa.pt/Conteudos/Artigos/detalhe_artigo.aspx?idsc=45650&ida=45681

Quem quiser perder o seu tempo a confirmar a desonestidade argumentativa de quem mente ao falar no receio da falência das empresas públicas e que se mostra tão piegas por uma nulidade jurídica pode consultar as fontes atrás apontadas.

A dita crise do sistema financeiro de 2008 nunca teria existido se tal artigozito não tivesse sido modificado pelo Prof Cavaco. Ou seja a culpa de tudo é mesmo do sr Dr Silva.

JE disse...

Mas acusou-se Jose de ter mentido

Acontece que inicialmente jose tentou vender esta farsa do artigo 35,como se de produto da "esquerdalhada" se tratasse. Ficou perturbado quando se lhe demonstrou por a + b que a génese tinha sido no consulado cavaquista.

Tentou empurrar com a barriga a"coisa" para o futuro. Passou a falar na "evolução" do artigo 35.

E numa manifesta manobra da treta não teve pejo de dizer o seguinte:
"Acontece que o artº 35 estava muito certo quando nasceu por força de uma directiva comunitária. Mas nasceu ´suspenso de aplicar-se' para evitar a falência das empresas públicas"

Pode o desespero argumentativo justificar muita coisa segundo os altos conceitos de "honestidade e rigor" de Jose

Mas mentir desta forma?

Para "evitar a falência das empresas públicas"?

Releia-se o que jose não leu, por autores diferentes e por autores reconhecidamente de áreas do direito não ligados à esquerda

"Porém, um elevado número de sociedades — incluindo algumas emblemáticas, de grande porte — tinham efectivamente perdido metade do capital social. Por vezes: bastante mais do que isso. Segundo a vox populi, isso explica a suspensão do artigo 35.°, tomada sine die pelo artigo 2.°/2 do diploma preambular"

" O facto de existir um número muito elevado de sociedades com perda de metade do capital social levou a que o legislador receasse os efeitos nefastos da aplicação das versões anteriores do art 35 do CSC, as quais permitiriam que milhares de sociedades portuguesas estivessem hoje em vias de dissolução".

A preocupação com a falência das empresas públicas não está documentada por pessoas com um mínimo de seriedade. Para além de que falar nos cuidados de Cavaco Silva com as ditas empresas públicas é um contra-senso.

Serenamente acusa-se jose de mentir e de aldrabar. Ou isto é apenas o seu reflexo pavloviano contra a coisa pública?