terça-feira, 15 de outubro de 2019

A geringonça morreu. Viva a geringonça!

"O BE diz que a geringonça morreu porque o PS a matou. O PS diz que a geringonça está viva e continua tudo como dantes. O PCP diz que a geringonça nunca existiu. Nenhum dos três tem razão. A geringonça existiu, sim, e não existe mais. Mas morreu de morte natural.

(...)

A geringonça acabou porque deixou de ser necessária e porque o seu fim interessa a todos os participantes. Não há motivo para lamentar a sua morte, mas há razões para celebrar a sua existência.

(...)

A geringonça representou várias rupturas com a prática de 40 anos de democracia. Primeiro, o PS aceitou tratar o PCP e o BE como interlocutores políticos válidos, acolhendo diversas propostas em vários domínios. Segundo, PCP e BE aceitaram não fazer do PS o seu principal inimigo, mesmo sabendo que alguns dos traços que sempre criticaram nos socialistas iriam persistir. Terceiro, o Parlamento português passou a funcionar num regime de negociação quotidiana - um padrão comum em várias democracias europeias, mas quase ausente na prática parlamentar portuguesa. Por fim e não menos importante, difundiu-se na sociedade a convicção de que é possível e desejável um projecto de desenvolvimento para Portugal baseado no combate às desigualdades, na justiça social, em serviços públicos universais e na protecção dos direitos sociais e laborais.

A geringonça acabou, mas deixa no sistema político uma experiência de negociação que não se esquece. E deixa na sociedade portuguesa a convicção de que o retrocesso dos direitos não é inevitável nem desejável. Não é pouco. É o critério pelo qual os partidos em causa serão julgados no futuro pelos seus eleitores."

Excertos do meu texto de hoje no DN.

19 comentários:

Jose disse...

O PS queria o poder e pôs o país a pagar e a correr riscos para o ter.
Quem o ajudou achou-se mal recompensado.
A oposição tradicional enfraqueceu, novos ventos o ameaçam, fará o necessário para continuar a alimentar a matilha.

José Romeiro disse...

"José disse …"
Pois é José, a o facto de você ainda andar por aqui ao fim de quatro anos a criticar ("a dizer) forte e feio a "geringonça" é a prova provada de que a "geringonça" funcionou.
O seu desejo de que tudo corresse mal.

Para mal dos pecados do José, a sua "oposição tradicional" já nem como oposição é considerada pelo povo.

Para a "oposição tradicional" do José a saída continua a vinda do diabo.

Para já o José vai ter a oportunidade de continuar por mais uns anos a criticar os textos de quem por aqui escreve e a anunciar a "boa nova" para depois do diabo ter passa pelo pais.

JE disse...

Eu sei que é chato

Mas é bom lembrar que jose quis apagar o passado. O seu e o dos seus

Quem pôs o país a pagar e a correr riscos foi o governo troikista. A pagar os desmandos da banca e dos sucessivos casos de corrupção que inundaram as nossas ditas elites. Com a hipoteca do país à UE e à troika

Para tal o referido governo roubou.Salários, pensões, feriados, dias de lazer, emprego, saúde, habitação, cultura. Privatizou, servindo os interesses dos vendilhões do país.E permitiu que os ricos, os credores e os agiotas se apropriassem da riqueza produzida

Pela primeira vez que se saiba um primeiro-ministro assumiu, em directo e a cores, que o país precisava de empobrecer. Tal canalhice é inédita nos anais da História.

Entretanto o dinheiro deslizava, sob o alto patrocínio governamental, para os offshores adequados

JE disse...

Quem ajudou a correr com esta cambada (a quem devemos os anos de chumbo que todos conhecemos) foi um acordo feito a quatro, entre PS, PC, BE e Verdes que permitiu que, também por decisão democrática parlamentar, fosse interrompido o processo de asfixia nacional e de vendeta sobre Abril.

A interrupção do projecto criminoso e a reversão( parcial) de algumas das medidas mais gravosas da direita trauliteira foi uma justo recompensa. Não para os partidos em causa, mas para o povo português


(Quanto à matilha era o termo por que era designado um conjunto de pides, quando em acção e em manada.

Mas isto sabe jose melhor do que ninguém)


Apagar a memória do passado? Isso queria mesmo esse tal jose

Anónimo disse...

"...difundiu-se na sociedade a convicção de que é possível e desejável um projecto de desenvolvimento para Portugal baseado no combate às desigualdades, na justiça social, em serviços públicos universais e na protecção dos direitos sociais e laborais."

Fiquei atónito ao ler isto, como é possível a alguém que se diz de esquerda escrever isto sobre a "geringonça"? O Ricardo parece confundir a esquerda com a esquerda da direita. É inaceitável que um intelectual sério não tenha a noção do seu posicionamento.

Rão Arques disse...

Costa mestre em se rodear de sacos de pancada obedientes para sua proteção pessoal.
Agora dz que reforça "tendo em vista o resultado das eleições".
Ter em vista o resultado das eleições foi coisa que desprezou quando as perdeu.
Ele contorna, adorna e entorna.

Anónimo disse...

Anónimo das 5 e 45 Rao arques

De novo o multinik pimentel ferreira

Um numa versão, outro noutra Um erdogan holandês de trazer por casa.

Anónimo disse...

Estás enganado: o PS quis o poder e fez cedências à esquerda para o ter.
O eleitorado não percebeu a importância do PCP na geringonça
PSD e CDS enfraqueceram, novos ventos os ameaçam, farão o necessário para continuar a alimentar a matilha.

Anónimo disse...

Eu lembro me de um Romeiro. Emigrou. Segundo a bibliografia em 2010 ou 2013

Jose disse...

A geringonça foi no essencial 'a provisão' da função pública e pensionistas, que por inerência são os amantes do serviço público.
Foram dela as lutas, foram dela os ganhos.
Acresça-se o 'pingo' para o empresariado da restauração e hotelaria.
Tudo o mais são políticas iniciadas no período da troika e continuadas em ambiente internacional favorável.

E toda a propaganda foi montada em cima de orçamentos destinados a não serem cumpridos, e logo exaltados como não sendo rectificados, PASME-SE!

Nada que não seja o que há a esperar de treteiros profissionais.

Anónimo disse...

Estás enganado
Passos e cambada foram corridos
E tu ainda estás com essa atravessa na garganta

Paulo Marques disse...

Tudo o mais são políticas maravilhosas do governo anterior, apesar do Jose ser contra elas em 2016 e a direita só as descobrir em 2019.

Anónimo disse...

E toda a idiotice ê montada por este jose
Quem não se lembra dos seus berros sobre a vinda do diabo, a juntar-se a voz potente daquele Passos

Parece que segundo a cartilha neoliberal o diabo não veio por causa dos orçamentos...
Nada que não seja de esperar por quem é treteiro profissional
Por isso josé quer apagar o passado

Anónimo disse...

Quais treteiros José? Os da Tecnoforma, cuja investigação das instancias Europeias determinou irregularidades graves, mas a PGR à época nada encontrou de anormal; ou das contribuições à segurança social por pagar pelo PM Passos? Ou do dos milhões desviados para OFFshores com o beneplácito governamental da PAF ?

Anónimo disse...

Pasme-se, grita alguém

Estes ultra liberais são mesmo ultras. E não têm vergonha

JE disse...

"A geringonça foi no essencial 'a provisão' da função pública e pensionistas, que por inerência são os amantes do serviço público."

Nesta frase, o ódio. Aos trabalhadores da função pública ( às funções sociais do Estado) e a quem trabalhou uma vida inteira e tem direito a uma pensão


Noutra frase, do mesmo sujeito, mas de Novembro de 2013, a propósito dos proventos escandalosos de Mexia:

"Horror dos horrores!
Quem lida com mil de milhões vai ganhar 1 milhão?
Acontece que os privados pagam o suficiente para se livrarem da corrupção...blablabla"

Compare-se o ódio referido inicialmente, com este amor tão ternurento por quem ganha 1 milhão...só para não ser corrompido...

Depois foi o que se viu

JE disse...

Diz jose:
"A geringonça foi no essencial 'a provisão' da função pública e pensionistas, que por inerência são os amantes do serviço público."

Jose repete o "noticiário" de blogs manhosos. Quer fazer crer que os trabalhadores privados não beneficiaram com o fim da política de Passos

A reposição dos rendimentos dos trabalhadores do sector privado fez-se
fundamentalmente através da redução da sobretaxa de IRS e do aumento do salário
mínimo nacional.

Está documentado em estudos, nomeadamente de Eugénio Rosa, Claro que a um outro nível, que não na linguagem patibular de jose

Mas não só o aumento dos rendimentos da Função pública influenciaram positivamente a economia e os salários dos privados, como também se registaram outras reversões. A dos feriados foi uma delas. Ou a cessação do ambiente trauliteiro da era troikista

Como também é de todo o rigor salientar que o poder de compra dos trabalhadores da função publica em 2018 ainda era inferior em 18,8% ao de 2010

Números esmagadores

Tão esmagadores como essa história do pingo com que jose quer esconder o verdadeiro pingar

Mais concretamente, verificou-se que entre 2010 e 2017 «os presidentes-executivos (CEO) das empresas cotadas do PSI-20 ultrapassaram o período do resgate da troika com um aumento salarial de 49,7%», enquanto «os trabalhadores perderam 6,2%» do seu rendimento


JE disse...

"Tudo o mais são políticas iniciadas no período da troika e continuadas em ambiente internacional favorável".

A memória de jose está estragada. Ou apenas não quer lembrar-se da realidade. Ou do que andou a dizer. Ou onde andou montado

"É evidente que a austeridade é para continuar" dizia jose antes as eleições

Dirá ainda em Março de 2017:
"São fdp encartados em tonalidade de rosado a vermelho".
Referia-se à referida geringonça

E mostrava ( ainda em 2017) toda a sua raiva pela solução encontrada, todo o seu rancor contra as políticas em curso. Papagueava ainda as indicações de Passos Coelho no seu discurso tremendista do diabo e mostrava a sua crença nas "políticas iniciadas no período da troika" e seguidas pelos tais fdp encartados em tonalidade de rosa e vermelho

Não joga a bota com a perdigota

Isto é de treteiro profissional?

Por isso o pedido de jose para se apagar o passado. Daquela forma acobardada que.

Anónimo disse...

E tu estás enganado, apenas