segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Ser consequente


Como fazem perante qualquer novo abalo, os neoliberais voltam a cerrar fileiras. Contra uma sociedade que redescobre a legitimidade da despesa pública, de o Estado gastar os recursos onde eles mais se justificam (não a salvar bancos ou a satisfazer clientelas e interesses privados), os neoliberais insistem num único ponto: a nova normalidade pode conviver com a situação de excepção. A calamidade tem, na perspectiva neoliberal, de ser reduzida a um acidente puro, tem de ser extirpada de todas as suas causas estruturais e conjunturais (desinvestimentos prolongados, escolhas erradas, etc.), de modo a que possa ser arrumada na categoria de excepção que nunca faz a regra. Tudo é feito para manter inalteradas as regras essenciais de um projecto que abre brechas no confronto com a realidade, com a organização económica e social que se queira orientada para o bem comum. (...) Quando o primeiro-ministro António Costa afirma, em entrevista à TVI a 29 de Outubro último, que «as regras da União Europeia dão um tratamento diferenciado a medidas de natureza excepcional, como são estas», e que estão a ser procurados «mecanismos de apoio que não contabilizam para o défice», parece limitar-se a repetir o discurso de tantos outros protagonistas, nacionais e europeus. Mas vale a pena perceber, no futuro e para lá de respostas «excepcionais» a «catástrofes», até onde António Costa será consequente com a ideia de que «não podemos abandonar o objectivo de ter finanças públicas sãs, mas não podemos, em nome do défice, e em nome de uma obsessão relativamente ao défice, não fazer o que é necessário fazer no apoio às populações, no apoio à economia, no apoio aos territórios e nas reformas que temos de fazer».

Sandra Monteiro, O Estado e as catástrofes normais, Le Monde diplomatique - edição portuguesa, Novembro de 2017.

5 comentários:

  1. «uma sociedade que redescobre a legitimidade da despesa pública»

    Língua de pau! O que se redescobre é o discurso que ignora a dívida.

    O exercício de 'localizar na página' a palavra »dívida» traz sempre 'sem resultados'.
    A esquerda no que melhor sabe fazer...

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  2. Ó imbecil José:
    Não sabes porque há dívida?
    É por estas - do teu querido líder Passos e capangas Relvas - e por outras - do Sócrates e seus capangas - e tantos outros como tu.
    Os chamados investidores com o nosso dinheiro.
    Tens uma cara de pau sem limites.
    Troll.
    ---------------------------------
    Caso Tecnoforma - Bruxelas contraria Ministério Público e diz que houve fraude.
    Alegada ajuda de Miguel Relvas a Passos Coelho foi arquivada em Portugal
    Gabinete anti-fraude da Comissão Europeia diz que houve fraude
    Investigadores defendem que Tecnoforma tem de devolver seis milhões.
    Investigação de José António Cerejo, Destaque, págs. 2 a 6, in jornal Público, 13/11/17.
    Este Cerejo foi o jornalista que desmascarou o safado - o que vivia à custa do amigo da Covilhã - será que também irá desmascarar este imbróglio da Tecnoforma?
    Nós já tivemos corruptores alemães condenados na Alemanha por corrupção no negócio dos submarinos, sem os correspondentes corrompidos em Portugal.
    Portanto, o mais certo é ficar tudo em águas de bacalhau.
    Somos mesmo um país de brandos costumes.

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  3. Manelzinho regressa com o seu negacionismo idiota.

    No final de 2014, a dívida pública na ótica do Procedimento dos Défices Excessivos1 foi de 225,8 mil milhões.
    Dívida pública cresceu 9,5 mil milhões de euros em 2016

    Quem roubou em 2016 Manelzinho? Andas a dormir geringonço?

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  4. Há apesar de tudo qualquer coisa de cómico ao ver um tipo correr apressado para o computador e executar o seu exercício diário:

    O de 'localizar na página'a palavra »dívida».

    Houve tempos em que coisas assim exercitavam-se, montando em pilecas e travestindo-se em caçadores, o que revelava de per si um péssimo gosto e uma inapropriada tentação para o enviuvado marialvismo serôdio.

    Agora o exercício está limitado à pesquisa, imagine-se, de determinada palavra. A partir da sua presença ou ausência pretende-se catalogar logo um texto, uma ideia ou um pensamento

    Independentemente da idiotia da coisa, sugere que os antigos censores do Salazarismo deviam ser da mesma cepa deste tipo.

    À cata de palavras. Neste último caso, de palavras proibidas. No caso do tipo à procura da "divida" (a que chega o ridículo desta conivência com agiotas e credores) à procura de palavras obrigatórias.

    Uma boa gargalhada a pontuar este exercício verdadeiramente "cívico e intelectual" à maneira dos censores de antanho

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  5. Herr jose percebe-se que aja em nome dos seus interesses de classe

    Percebe-se até que tenha mudado o seu voto e que este tenha encontrado guarida naquele traste do Coelho

    Mas não se perdoa a aldrabice e a desonestidade.

    Fala no aumento da dívida , "esquecendo-se" do aumento da dívida na governança dos seus.
    Mas a partir daqui, vomita ( perdoe-se o termo mas é a exacta medida da coisa) um "Quem roubou em 2016 "?

    Quem roubou? Este traste que diga o que tem a dizer de frente e de caras , sem estes trejeitos impotentes.

    Porque o que se mostra em cima é a investigação de José António Cerejo a propósito dos negócios do Coelho e do Relvas...

    Que se tente silenciar a canalhice dos seus amados , expelindo calúnias torpes como o faz este jose não pode passar.

    Nem este "Andas a dormir geringonço?" boçal exemplo da seriedade e do civismo dum patronato canalha e pesporrento

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