1) Fonte: Quadros de Pessoal; 2) Limiar de baixos salários = a 2/3 da mediana |
Luís Montenegro, líder da bancada do PSD, disse hoje, no debate quinzenal, que os números do emprego escondem que cada vez há mais trabalhadores a receber o salário mínimo nacional (SMN). E que, se o emprego cresce, é por causa das reformas laborais aprovadas em 2012.
É verdadeira a primeira ideia. Mas é verdadeira porque como os salários pouco têm evoluído, à medida que sobe o SMN, alarga-se o grupo de trabalhadores que o recebe. Ora, o gráfico mostra precisamente que desde 2011 as políticas seguidas fizeram estagnar o limiar dos salários baixos. O que é o limiar dos salários baixos? É aquele limite - 2/3 da mediana dos valores salariais (sendo a mediana o valor que divide a distribuição percentual do universo em duas metades iguais) - a partir do qual os trabalhadores são considerados pessoas pobres. Estagnando esse valor, isso revela que se verificou uma estagnação do valor da mediana e, consequentemente, dos salários totais.
Já a segunda ideia, a de que o emprego se deve às reformas laborais de 2012, é um facilitismo por parte de quem não apresenta ideias sobre a causalidade defendida. É fácil afirmar uma ideia, sem a provar, transferindo o ónus da prova para quem critica a sua ideia.
Para já - e partindo da primeira ideia - o que se pode afirmar é que o emprego está a subir mas sem alterar significativamente salários. E, de facto, se algum efeito a reforma laboral de 2012 teve - e tem porque está em vigor -, esse foi um deles: corte na retribuição do trabalho extraordinário, fim do descanso compensatório, corte de dias de férias e feriados, banco de horas, etc., etc. Tudo levou a um corte nas remunerações recebidas. Aquilo que subiu sim foi precisamente o SMN que o anterior governo tanta relutância teve em fazer subir.
Fonte: Direcção Geral da Administração e do Emprego Público |
Haverá outras ideias possíveis. Mas para já fica apenas esta. A bola está do outro lado. Se for capaz, porque tudo aparenta tratar-se de uma forma de querer salvar a cara do enorme falhanço que foi a estratégia económica seguida pela direita e por alguma direita que existe no PS.
Cristas quer 20 novas estações de metro em Lisboa
ResponderEliminarhttps://sol.sapo.pt/artigo/562458
Mas será que esta gentalha ainda engana alguém?
Concluindo:
ResponderEliminar- o emprego é de baixas qualificações em actividades de baixa tecnologia.
- a precaridade e o menor 'custo' de terminar o emprego é factor positivo de criação de emprego.
Contraditório?
Nem por isso...
Contraditório?
ResponderEliminarOra bora lá ler de novo.
Que diabo. Não pagavam a este tipo como patrão perito? Para fazer conclusões deste tipo é que os fundos sociais europeus foram também utilizados?
As conclusões são seguramente outras. Mais condizentes com a denuncia do dita reforma laboral do mundo do trabalho protagonizada pelos sacanas sem lei que nos governaram.
Ou com a denúncia dos tipos que quando ouvem falar do salário mínimo nacional puxam logo da pistola. Mostrando claramente o que pretendem
Ainda há dias um inqualificável patrão, de forma néscia e particularmente ventral, tentava colocar em causa o direito ao pagamento salarial das férias e ao seu subsídio.
E fazem aquilo que podem e aquilo que não deviam poder para mascarar a evidência que faz tremer toda esta cangalhada neoliberal. A saber, a falência completa do rumo austeritário. A falência e a fraude de tal rumo. A falência, a fraude, o roubo e o crime de tal processo.
Até onde chegaram as odes troikistas e a submissão rasteira a quem afinal deu cabo do país?
Agora traduzem-se naqueles discursos de patarata tonto do Passos Coelho que de tão fraudulentos e hipócritas provocam um movimento de nojo onde quer que se escutem.
A direita chafurda na falta de ética e na fraude.
ResponderEliminarAgora Cristas copia projectos de expansão do Metro e apresenta-os como seus.
Outra trafulha.Merece o Núncio que tem
"Os dados hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) reflectem uma melhoria no mercado de trabalho. Resultados não escondem debilidades que subsistem – precariedade e baixos salários.
ResponderEliminarA evolução do desemprego e do emprego entre os primeiros três meses do corrente ano e o período homólogo de 2016 reflecte de forma muito clara a reanimação da actividade económica neste último ano. Neste período foram criados, em termos líquidos, 144 800 postos de trabalho e o número de desempregados em sentido restrito reduziu-se em 116 300.
A taxa de desemprego situou-se, no primeiro trimestre de 2017, nos 10,1%, o que corresponde a 523 900 desempregados, menos 19 300 desempregados do que no trimestre anterior e menos 0,4 pontos percentuais do que neste período, enquanto o emprego cresceu, com a criação líquida de 14 500 postos de trabalho.
Os dados agora divulgados, espelhando uma melhoria na situação registada no mercado de trabalho, continuam a revelar o elevado nível do desemprego em sentido lato que o País enfrenta. No primeiro trimestre de 2017, o desemprego real atingiu os 961 900 trabalhadores, uma taxa de desemprego de 17,8%. São ainda 219 100 os portugueses que se encontram na situação de inactivos e que estão disponíveis para regressar ao mercado de trabalho e são 218 900 os portugueses que apenas conseguem trabalhar poucas horas por semana, estando disponíveis para trabalhar a tempo completo.
Mas não é apenas o desemprego que mantém níveis muito elevados, é também muito do emprego existente que continua a não ter qualidade. Mais de 800 mil trabalhadores por conta de outrem têm contratos precários, centenas de milhares de trabalhadores são falsos trabalhadores independentes forçados a passar recibos verdes e mais de 1,1 milhões de trabalhadores por conta de outrem (30% do total) a receber um salário bruto inferior a 600 euros.
"Os resultados do Inquérito ao Emprego hoje divulgado pelo INE, embora não corrigidos de sazonalidade, espelham bem a aceleração da actividade económica que se regista desde o início do segundo semestre do ano passado. Embora por razões sazonais o emprego tendencialmente baixe no início de cada ano, a forte reanimação da actividade económica que se vem registando fez com que o emprego tenha subido e o desemprego descido em relação ao último trimestre de 2016, apesar do efeito sazonal.
ResponderEliminarA melhoria registada na situação económica e social beneficiou de medidas que contribuíram para aumentar o rendimento disponível das famílias, reanimar a consumo privado e consequentemente a procura interna e actividade económica. Entre estas, contam-se a reposição dos salários na Administração Pública, a devolução progressiva da sobretaxa de IRS, a reposição das 35 horas na Administração Pública, o aumento do salário mínimo nacional, o descongelamento das reformas, o aumento dos apoios sociais e a redução do IVA na restauração."
Tudo coisas que deixam à beira de um ataque de nervos os que andaram por ai e por aqui, de forma particularmente desonesta, a pregarem os TINA das vias únicas.
Só por isso, a dita geringonça mereceria ver a luz do dia.A prova também está no ódio que desperta entre os troikistas desvairados
"Com a globalização, a esquerda tem de entender que a competitividade não é uma questão fútil e a direita tem de compreender que políticas de redistribuição são uma necessidade e não uma escolha."
ResponderEliminar.....
(...)"A uma escala mundial, quem mais beneficiou com a globalização foram os habitantes dos países menos desenvolvidos.
Dentro dos países mais ricos, as desigualdades aumentaram, com a classe média/média-baixa a estagnar e as classes mais altas a ver o seu rendimento crescer bastante."(...)
(...)"Mas será que podemos atribuir esta evolução à globalização? É possível que a informatização, automatização e robotização da economia dêem o seu importante contributo, mas muito provavelmente a globalização também".
(...) Não são os asiáticos, que mais beneficiaram com a globalização, que votam em Inglaterra, nos Estados Unidos ou em França.
Nada mais natural do que quem perde com a globalização ir votar em quem lhes promete proteccionismo.
Este é um terreno fértil para candidatos como Donald Trump ou Bernie Sanders, Marine Le Pen ou Jean-Luc Mélenchon, ou para movimentos como o do Brexit." (...)
....
(...) "Discutir uma política redistributiva que garanta que não há perdedores ou que, pelo menos, seja satisfatória para os perdedores da globalização não é fácil.
É necessário encontrar as melhores formas de os apoiar.
Pode passar por transferências monetárias directas, por apoios à reconversão profissional, investimento na educação de adultos, investimento na educação dos filhos (as pessoas poderão aceitar alguns custos, desde que vejam uma esperança para os seus descendentes), etc.
Simultaneamente, tem de se discutir a melhor forma de financiar essas políticas."
.....
"Com a globalização e a revolução tecnológica, a desigualdade é uma inevitabilidade. Com ela, gostemos ou não, ressurgem movimentos populistas que gostaríamos que se mantivessem no caixote de lixo da história.
Está na altura de percebermos que a nova globalização exige tanto uma nova direita como uma nova esquerda.
A esquerda tem de entender que a competitividade não é uma questão fútil e a direita tem de compreender que políticas de redistribuição não são uma escolha, mas sim uma necessidade."(...)
De L.A. Conraria
Pois é.A desigualdade é inevitável
ResponderEliminarOra se fossem para um certo sítio. Depois admirem-se quando o caixote do lixo para omde querem deitar as pessaos um dia rebente.
Um tipo que tem a ousadia de juntar no mesmo molhe Donald Trump ou Bernie Sanders, Marine Le Pen ou Jean-Luc Mélenchon, ou para movimentos como o do Brexit é aquilo que é. Um fdp. Com todas as letras, sem desprimor para a pobre da mãe do canalha
Alguém pode dizer quem é este Conraria?
ResponderEliminarSe é o Luís Aguiar que escreve no pasquim do Observador?
Emprego para a vida era no tempo da escravatura.
ResponderEliminarAgora vêm os acomodados ao tempo da Europa imperialista - as crises era rapidamente passadas para outros povos - lamuriarem-se com a precaridade e a globalização.
Façam-se à vida, qualifiquem-se, trabalhem e deixem-se do choradinho dos coitadinhos.
Ou é só futebol, fado e ...mama (que Fátima já não faz milagres há tempo)?
Prabhat Patnaik :
ResponderEliminar" A globalização foi anunciada como sendo benéfica para todos, como se fosse um grande passo rumo à melhoria económica universal. Isto era evidentemente errado e não foram apenas economistas de esquerda que o disseram, mesmo economistas "convencionais" ("mainstream") como Paulo Samuelson disseram isso desde o princípio. A razão para o dizerem era simples: se o regime económico do mundo permitisse importações livres de bens chineses ou indianos para os EUA, então isto teria necessariamente de prejudicar os salários reais dos trabalhadores americanos, porque estes desfrutando salários muito mais altos estariam então a competir, em seu próprio prejuízo, contra os trabalhadores de baixos salários chineses ou indianos. Portanto o facto de que a globalização necessariamente prejudicaria os trabalhadores nos EUA e em outros países avançados era óbvia para eles, na verdade para todos, de onde também se seguia que ela possivelmente não podia beneficiar todos os segmentos do povo trabalhador do mundo. Mas, de acordo com este argumento, acreditava-se geralmente que a globalização beneficiaria os trabalhadores em países como a China e a Índia, que são países de baixos salários do terceiro mundo.
Apresentando este argumento de modo diferente, uma vez que o livre movimento de bens e capital através do mundo aumenta a competição entre trabalhadores dos diferentes países, haveria alguma tendência rumo a um apagamento das diferenças salariais entre estes países. E ainda que isto significasse algum aumento nos salários reais dos trabalhadores do terceiro mundo, significaria também uma redução nos salários reais dos trabalhadores metropolitanos".
"Este argumento pode ser expressos mais precisamente nos termos das categorias da análise económica marxista como se segue: a globalização ao comutar actividades económicas dos países avançados para o terceiro mundo (devido aos salários baratos deste último) utilizaria reservas de trabalho nestes enquanto acrescentaria reservas de trabalho aos primeiros. Isto, tudo o mais permanecendo constante, elevará salários nos últimos e reduzirá nos primeiros. A globalização portanto, apesar de não beneficiar todos os trabalhadores, reduzirá o diferencial entre os trabalhadores nos países avançados e aquele no mundo subdesenvolvido. Mas de acordo com este argumento, ela possivelmente não pode piorar as condições do povo trabalhador em ambas as partes do mundo".
ResponderEliminarIsto, no entanto, é precisamente o que tem acontecido. A globalização certamente piorou as condições dos trabalhadores nos países metropolitanos, um facto recentemente destacado pelo economista Joseph Stiglitz. Quase 90 por cento dos americanos, o que significa quase toda a população trabalhadora daquele país, hoje tem rendimentos reais que estão muito pouco acima do que eram há um terço de século atrás. Hoje os salários mínimos dos trabalhadores americanos estão, em termos reais, pouco acima do que eram há 60 anos atrás. Uma vez que houve algumas melhorias nestas magnitudes na primeira parte destes anos, o que isto significa é que houve uma deterioração no período mais recente, o que coincide com o auge da globalização.
Estatísticas ainda mais impressionantes descrevem o declínio drástico da expectativa de vida entre homens americanos brancos nos anos recentes, um declínio que recorda a queda drástica da expectativa de vida que se verificou na Rússia após o colapso da União Soviética. Um declínio da expectativa de vida, quando não há qualquer epidemia óbvia, é um assunto muito grave. E descobrir um tal declínio no mais avançado país capitalista do mundo testemunha o assalto aos meios de vida do povo trabalhador que a globalização provocou."
"Uma história muito semelhante pode ser contada acerca de outros países capitalistas avançados. Sustenta-se habitualmente que os EUA são uma das economias com mais êxito, a primeira sede dos booms dos anos 90 e da primeira década do século actual, originadas respectivamente pelas bolhas "dotcom" e "habitacional", e também a economia que aparentemente está a ver um ressuscitar após o colapso da bolha habitacional. Considerando isto, o facto de que a população trabalhadora naquele país esteja a enfrentar tais dificuldades é extremamente significativo. No Reino Unido, nestes últimos anos houve uma queda drástica nos salários reais dos trabalhadores. Não é de admirar portanto que o descontentamento com a globalização seja generalizado entre os trabalhadores das economias metropolitanas, os quais, uma vez que até agora a esquerda não tomou adequado conhecimento disto, estão a ser explorados pela direita. Fenómenos como a votação do "Brexit" e a emergência de Donald Trump são explicáveis a esta luz.
ResponderEliminarNo entanto, o que é inexplicável na argumentação que estamos a discutir é o facto de que o povo trabalhador está em pior estado mesmo numa grande faixa dos países de baixo salário do terceiro mundo, dos quais a Índia é um exemplo excelente. A mais irrefutável evidência disto vem de dados de consumo alimentar. Tomando o inquérito do NSS para os anos 1993-94 e 2009-10, os quais correspondem em termos gerais ao período de políticas neoliberais associadas à globalização, as percentagens do total da população rural com uma ingestão de calorias abaixo das 2200 por pessoa por dia (a "referência" para definir pobreza rural) nestas duas datas foram 58,5% e 76% respectivamente. As percentagens da população urbana abaixo das 2100 calorias por pessoa por dia (a "referência" para definir pobreza urbana) nestas duas datas foram 57% e 73% respectivamente.
Tão gritante foi este aumento, especialmente durante um período em que se supunha que a Índia estivesse a experimentar taxas de crescimento do PIB sem precedentes, que o governo ordenou um novo inquérito do NSS para o ano 2011-12, o qual foi um ano de grande colheita, com base em que os números da ingestão de calorias de 2009-10, um fraco ano agrícola, haviam sido excepcionalmente baixos devido às fracas colheitas. Quando este inquérito foi completado, os números que ele vomitou, embora sem dúvida melhores do que 2009-10 havia indicado, ainda mostravam um notável aumento nas percentagens de população abaixo destas normas de calorias durante o período da globalização: para a população rural a percentagem foi 68 (a comparar com 58,5% de 1993-94) e para a população urbana foi de 65% (a comparar com os 57% de 1993-94). Tanto a ingestão per capita de calorias como a de proteínas da população mostram declínio durante este período".
"Procurou-se explicar este aumento da deficiência nutricional de vários modos, incluindo a sugestão de ser indicação de que o povo estava a fica numa situação melhor e a diversificar o seu consumo afastando-se da alimentação em direcção a outras coisas como educação e cuidados de saúde. Mas estas explicações eram claramente espúrias: por toda a pare do mundo, quando rendimentos reais aumentam o povo consome maiores quantidades de cereais directa e indirectamente (na forma de alimentos processados e produtos animais em cuja produção os cereais entram como rações). Assim, a descoberta de que na Índia havia um declínio real na absorção de cereais para todas as utilizações e portanto declínio tanto na ingestão de calorias como de proteínas durante o período da globalização indicava claramente que os rendimentos reais dos trabalhadores, depois de considerar a inflação, especialmente a ascensão de preços que acompanha a privatização de serviços essenciais como educação e cuidados de saúde, estavam em média a declinar ao invés de aumentar em termos per capita. Por outras palavras, um fenómeno semelhante àquele dos países capitalistas avançados também estava a verificar-se na Índia e em vários outros países do terceiro mundo, o que contraria a argumentação apresentada acima. Na verdade contraria tanto que poucos mesmo acreditam ser verdadeira. Como explicar isto?"
ResponderEliminar"A argumentação apresentada acima assumia basicamente que a essência da globalização consistia na comutação de actividade dos países avançados para economias do terceiro mundo e que uma tal comutação basicamente esgotaria as reservas de trabalho do terceiro mundo, levando a uma ascensão salarial. O que é esquecido é que a globalização também tem outros efeitos, incluindo acima de tudo um esmagamento da pequena produção pelo sector capitalista. O resultado é que muitos pequenos produtores abandonam suas ocupações tradicionais para migrarem para as cidades em busca de emprego, o que aumenta o total do exército de trabalho para o capitalismo. Esta migração, juntamente com aumento natural da força de trabalho, não pode ser absorvida dentro do exército de trabalho activo, porque políticas neoliberais associadas à globalização também levam a uma remoção de todas as restrições sobre o ritmo da mudança estrutural e tecnológica, a qual aumenta o ritmo do crescimento da produtividade do trabalho a expensas do crescimento do emprego.
ResponderEliminarDesenvolve-se um círculo vicioso aqui. Na medida em que incham as reservas de trabalho em relação força de trabalho, isto leva a uma estagnação ou mesmo ao declínio da taxa salarial média real (e certamente a um declínio dos rendimentos reais dos trabalhadores, os quais equivalem à taxa salarial real diárias multiplicada pelo número de dias de emprego). A estagnação ou declínio dos salários reais numa situação de ascensão da produtividade do trabalho resulta numa ascensão da fatia de excedente no produto. Uma vez ue o excedente, mesmo que assumamos ser plenamente realizado (isto é, que não há problemas de procura agregada deficiente), é tipicamente gastos em commodities as quais são menos geradoras de emprego interno do que aquelas nos quais são gastos rendimentos salariais, tal comutação de salários para excedente tem um efeito ulterior de contracção do emprego e, portanto, contribui ainda mais para uma ascensão da dimensão relativa das reservas de trabalho e para ainda mais comutação de salários para excedente; e assim por diante".
"Este círculo vicioso, que se agrava ainda mais quando se verifica uma crise (porque as reservas de trabalho em relação à força de trabalho então incham ainda mais), implica que o efeito da globalização em acentuar a pobreza absoluta visita os trabalhadores também em economias do terceiro mundo e não está confinado apenas a trabalhadores metropolitanos tal como economistas liberais como Samuelson imaginaram.
ResponderEliminarDizer isto não significa sugerir que todos os segmentos da força de trabalho sejam igualmente afectados de modo adverso pela globalização. Evidentemente aqueles segmentos que desfrutam maiores oportunidades de emprego devido à mudança de actividades testemunham um aumento de padrões de vida e este segmento na Índia consiste tipicamente de empregados colarinho branco do sector de serviços, tais como aquele envolvidos em serviços relacionados com tecnologias de informação. O aumento dos seus padrões de vida tem por sua vez efeitos multiplicadores sobre o emprego em outros sectores de serviços e assim por diante. Portanto um segmento, habitualmente classificado como classe média, cuja dimensão absoluta é bastante grande (apesar de ser pequena em relação à força de trabalho como um todo), torna-se um devoto da globalização. Uma vez que este segmento é articulado e tem um peso desproporcionadamente grande nos media e na formação de opiniões, ele torna-se um instrumento útil nas mãos da oligarquia corporativa-financeira que está integrada no processo de globalização, por propagandear seus efeitos benéficos.
A condição melhorada de um segmento classe média da força de trabalho, e seu consequente apoio à globalização, é utilizada para criar a falsa impressão de que a globalização tem sido boa para o povo indiano como um todo. Uma utilização semelhante também se faz em outras parte do mundo de segmentos da classe média, os quais tem-se beneficiado inter alia da imensa financiarização que tem acompanhado a globalização. Tudo isto criou um ruído que nos impede de reconhecer que a globalização realmente resultou numa pioria das condições de amplas massas de trabalhadores, tanto em países avançados como subdesenvolvidos"
(Prabhat Patnaik)
"Emprego para a vida era no tempo da escravatura."
ResponderEliminarLê-se e não se acredita.
O tipo que escreveu isto avançou mais um passo nos postulados da sua doutrina.
O que significa esta afirmação?
Um elogio à escravatura? Um choradinho de nostalgia por esta?
A confirmação que o ódio a quem trabalha ultrapassa os limites da decência?
A raiva destrambelhada perante quem quer viver com dignidade?
A propaganda ultrajante da precariedade laboral, para conforto, gozo e mais exploração dum patronato reles e caceteiro?
A sugestão que quem não aceita a Ordem Nova quer é voltar ao esclavagismo?
A manipulação ideológica de se tentar associar o emprego estável com o esclavagismo, quando é precisamente o desejo de se perpetuar a condição de escravo que faz os neoliberais andarem feitos proxenetas a tentarem arruinar o trabalho das pessoas?
Mas francamente, que indigência intelectual é esta? Até que ponto este tipo pensa que somos parvos?
"Agora vêm os acomodados ao tempo da Europa imperialista - as crises era rapidamente passadas para outros povos - lamuriarem-se com a precaridade e a globalização."
ResponderEliminarAcomodados ao tempo da europa imperialista?
Mas mais uma vez o que vem a ser isto?
Quando este sujeito berrava que Angola era nossa e que as colónias eram portuguesas acomodava-se bem ao imperialismo europeu. Os "outros povos" pelos quais agora chora feito falsa virgem eram os "turras"
Lamuriaram-se com a precariedade?
Quer este tipo vender-nos a precariedade? Isto vem-lhe do fundo da ideologia manhosa ou tal mercadejar tem a ver com mais lucros a sacar pela precariedade laboral
E lamuriarem-se?
Este tipo ainda não percebeu que essa das lamurias tem mais a ver com quem apela à rendição e à submissão cacarejante (como o fazem os vende-pátrias uber alles, ou seja como o faz este tipo), do que quem quer acabar com esta trampa da precariedade?
Más notícias para este tipo. A luta continua, mesmo que o tipo se cubra de suores frios com tal hipótese
"Façam-se à vida, qualifiquem-se, trabalhem e deixem-se do choradinho dos coitadinhos."
ResponderEliminarMas com quem este tipo pensa que está a falar?
Que paternalismo de colonialista frustrado perpassa por estas palavras? Que pretensa superioridade de esclavagista ronda estas palavras? Que virtudes da trampa à patrão boçal a tentar arregimentar os que trabalham para partilharem estas mesmas virtudes convenientes para quem vive da exploração dos demais.
Choradinho?
Mas qual choradinho? Choradinho aqui só há mesmo o choradinho de um tipo para tentar convencer os demais a aceitarem a precariedade e a globalização.
"Ou é só futebol, fado e ...mama"(que Fátima já não faz milagres há tempo)
ResponderEliminarOntem o mesmo tipo que escreve isto debitava este autêntico louvor a coisas peçonhentas do fascismo:
"O anti-salazarismo traduz-se antes de mais na rejeição do 'sacrifício'; esse referencial de emulação pessoal e serviço pátrio é abominado e identificado como sinal inequívoco de exacerbado fascismo".
Hoje o mesmo tipo vem falar neste jeito em fado, futebol e Fátima
Como se sabe estes são frequentemente referidos como os três pilares da ditadura de António de Oliveira Salazar para a pacificação da população e alienação da mesma no que concerne a política do país na altura.
De um dia para o outro este nickname Jose transforma-se de pregador de virtudes e sacrifícios salazarentos a fingido não pregador das mesmas virtudes.
A única diferença é que agora junta as suas mamas