terça-feira, 15 de dezembro de 2015
Sem alma
“No meio do processo de venda foi ferido na alma de qualquer banco, a confiança dos depositantes.” Helena Garrido perscruta a alma da banca. Camilo Lourenço, também no Negócios, fala da banca como o sector mais “sensível” de uma economia, uma sensibilidade que só os políticos perturbariam, claro. Tudo para concluírem que o Estado português terá de aceitar perder dinheiro que injectou no Banif, sem entretanto ter exercido cabalmente o poder que vem com o capital, em mais um banco dito privado que caiu, com a “alma ferida”, dada a sua “sensibilidade”.
A verdade é que a banca é realmente especial, dado que o crédito é um bem público que tem de ser bem tratado, com a confiança que, em última instância, só o soberano pode dar. Não pode por isso ficar entregue à lógica da míope concorrência mercantil ao serviço de banqueiros ávidos de dinheiro e de poder. É evidente que isso Garrido e Lourenço nunca dirão. Ficam-se pelo moralismo imoral, incluindo a defesa da transferência dos custos para baixo por via de mais austeridade.
Mas sabem que mais? O Estado pode mesmo ter de suportar custos financeiros e a desonestidade do anterior governo foi não assumir isso, empurrando o problema com uma barriga cada vez maior. A banca é um problema de todos e a sua propriedade terá simplesmente de reflectir essa realidade. O Estado terá de procurar minimizar os custos, fazendo pagar muitos dos que estão financeiramente envolvidos no Banif, incluindo, se necessário for, depositantes com mais de cem mil euros. O banco terá provavelmente de ser “resolvido”, como agora se diz, e o que sobrar integrado e diluído com tempo num pólo bancário público revigorado, que passará a incluir também os restos do antigo novo banco. Sem clarificações radicais, esta crise bancária em câmera lenta não terá fim, com os custos associados.
Só com uma propriedade maioritariamente pública da banca é possível uma regulação pública deste bem público, dirigindo-o para os sectores economicamente mais promissores, sem pressões míopes para a especulação ou para o crédito improdutivo. Tudo muito bonito, mas quem manda não deixa, Frankfurt e Bruxelas não deixam. Dizem que o Estado fica com demasiado poder de mercado. O mito da concorrência não morre por lá, impondo vendas apressadas, servindo para dificultar as soluções por cá.
Pois é, precisamos de um Banco que seja de Portugal e que não se limite a ser o que é: uma sucursal do estrangeiro, ao serviço do capital financeiro, perdão, da “estabilidade financeira”.
O que é feito de Luís Amado?
ResponderEliminarJosé C.
"Só com uma propriedade maioritariamente pública da banca é possível uma regulação pública deste bem público ..."
ResponderEliminarCaro João Rodrigues,
Falta, neste seu texto, uma análise do que tem sido a gestão da banca pública nas últimas décadas em Portugal. Falo, naturalmente, da CGD e, já agora, do futuro Banco de Fomento. Este último, embora ainda não exista, já tem muito que analisar. Começa bem, portanto.
Para concluir o seguinte: pode discutir e defender a propriedade maioritariamente pública da banca em abstracto, mas depois não pode ignorar a prática concreta. Só assim fica a análise completa.
“O Estado terá de procurar minimizar os custos, fazendo pagar muitos dos que estão financeiramente envolvidos no Banif, incluindo, se necessário for, depositantes com mais de cem mil euros. “
ResponderEliminarEstamos cansados de tapar buracos duvidosos, e dos contos do vigário! No meio desta “barafunda”, certamente que aqueles que tiveram informação preferencial, puseram-no a milhas. Mais uma vez o governador do dito BdP andou a dormir; ele que desapareça de vez e que leve o tótó Camilo.
Camaradas gestores, vinde em nosso socorro!
ResponderEliminarTomai conta da banca, tomai conta do crédito, tomai conta de tudo!
Mamai algum, como é justo, mas salvai-nos com o vosso superior discernimento, tal como o fizeram no passado!
Como em Março de 1975, dai-nos o vosso precioso auxílio, ó defensores do povo!
Lembrai-vos dos extraordiários sucessos dos implodidos heróis que vos precederam, e não recuseis mais esta Luta!
diz o Jose sabujo
ResponderEliminar"mamai algum"
para o Jose, pelos vistos, não interessa a mama mas quem mama
desde que sejam os donos dele está tudo bem
O que esta acontecendo com a Banca dita “portuguesa” .Banif- BES-Banco Novo- Dona Branca, Dona Preta, B. mau e B. bom e mais que ainda não veio a Lume, e´ uma forma nada subtil de retirar as “Gorduras ao Estado”.
ResponderEliminarAinda que os donos dos bancos, que deviam ser considerados pessoas de bem, mostrarem antes e depois do acto revolucionário de Abril74 que não deviam ser incluídos em tal grupo de pessoas… São os considerados filho-família.
Talvez um referendo sobre a Moeda Única/UE viesse dar alguma Luz…?! Talvez.
Da forma como esta´ a ser veiculada a informação económica ninguém vai acreditar – E´ como embaralhar e dar de novo, ou nacionaliza-se com custos enormes, ou voltam os mesmos, seus filhos e enteados.
Com tanto aldrabão a comer a´ conta da ignorância alheia, não e´ de prever coisa boa… Aqui tenho a certeza que será o ZE´ a arrotar a paio! DE Adelino Silva
Ingratos!!!!
ResponderEliminarSerá que sem a preciosa colaboração dos banqueiros, teria sido possível:
- Manter uma lei das rendas idiota e financiar casas para miles de famílias?
- Financiar PPPs e investimentos públicos que mantinham emprego?
- Financiar dívida que distribuía benesses e estado Social a rodos?
Corruptoras por excelência são as políticas de cretinos que querem fazer do pouco muito, por decreto.
Claro que bancos do Estado são imprescindiveis para regular o sistema e para não estarmos nas mãos da ganancia privada, mas a Europa não deixa, não é? E nos temos de gramar.
ResponderEliminarAlguém me explica onde está o dinheiro que o Estado emprestou ao banco? Para onde foi? Há-de estar em algum lugar! Porque é que previsivelmente vamos ficar sem ele? Então não foram pedidas garantias?
De facto seria muito interessante que a tv publica prestasse real serviço publico e nos ensinasse como é que esta coisa funciona, mas faz tudo ao contrário, e os economistas de serviço de uma maneira geral não tem informação ou vontade, porque se calhar dependem de empregos privados, para nos esclarecerem.
Estamos numa época em que a iliteracia financeira é dominante e por isso podemos ser manipulados facilmente. Como reverter esta situação?
São perguntas simples as que aqui deixo e são genuínas duvidas, se alguém souber a resposta é bem vinda.
Há muito tempo se sabe que o “salario Justo” só conta quando e´ o “salario do patrão”.
ResponderEliminarPara que então tanta celeuma a´ volta de coisa tao simples?
Agora e´ o SMN que esta´ na onda e o governo no lugar do Executivo que e´ ou que deveria ser, vai dai poe os “Parceiros Sociais” a discernir sobre se valera´ a pena, ou que alcance terá mais ou menos 1 euro/dia na féria do trabalhador. Pelos vistos, o Legislador pugna-se pela ausência. E´ revoltante ver tanta gente a comer a conta dos poucos que produzem algo… Mas reparem, a tendência vai para o final das mordomias… Para que deputados se e´ Bruxelas que poe e dispõe? Mais… para que órgãos consultivos, conselheiros e consultores, comentadores e etc. e tal. Se temos o BCE/Eurogrupo? Gente que não vai ao Banco Alimentar…decerto!
O executivo deste pais tem de dialogar com a Santa Casa de Misericórdia de LISBOA, Estado dentro do próprio Estado, para saber da longevidade messiânica e tao benfazeja. Ora Puxa! De Adelino Silva
Anda todo o mundo progressista contra a sociedade de consumo e no entanto e´ direitinho a essa sociedade de consumo que parecem caminhar… Aumenta o SMN – logo aumenta o consumo, se aumenta o SM – logo aumenta o consumo. Aumenta a produção – logo aumenta a oferta para consumir e etc. e tal… Se aumenta as exportações vai dar no mesmo. “Circulo Fechado”
ResponderEliminarDefinitivamente, será bom pensar noutro tipo de sociedade!
Por vezes penso numa sociedade socialista e por outro lado me interrogo…Mas o que será uma sociedade socialista? Será uma Utopia como alguns dizem? Ou será o advento dos povos?
Nesta sociedade capitalista e consumista estou certo de que, para satisfazer o consumo, as Florestas, os Rios, os Oceanos, o solo e subsolo e as Calotas Polares não vão chegar.
Portanto meus amigos falemos no valor do Uso e deixemos o valor da Troca…de Adelino Silva
Esta coisa dos ditames políticos da economia e dos economistas, já vem de longe, e´ como o “Constantino” – Arranjaram a maneira de absolver a privataria reinante. Como os partidos políticos, quase todos omitem que os bancos comerciais são fazedores de moeda, da tal “Moeda” promiscua.
ResponderEliminarPor vezes fico pensando sobre a Casa da Moeda, sobre o BdP e sobre a Soberania Nacional, sobre se isto e´ um Estado Soberano e etc. e tal…
Não esqueci as manobras manhosas do PS e do PPD, hoje PSD para levarem a´ integração na CEE… que era só uma pequenina cedência…em troca de rios de dinheiro…
A minha teimosia em não aceitar este estado de coisas também vem de há muito. Vem de um tempo que não era tempo, tal como hoje, foi esvaziado ate´ a´ vacuidade.
O Capital preparou ao longo destes dois últimos seculos, as vias por onde o Trabalho terá de percorrer…Trabalho, diga-se trabalhadores, que, neste mesmo tempo, não souberam anular a corresão capitalista.
Por isso mesmo vou dizendo às pessoas da política e da economia: “Errar e´ próprio do homem, mas acertar também o e´”! Enquanto não acreditarem em si próprios, não irão por onde quiserem, mas sim por onde o Capital os encaminhar! Um Santo Natal, de Adelino Silva
este Jose não é deste planeta
ResponderEliminaré tão, tão....hahahahahhaa
só ma faz rir
aquela dos "ingratos" matou-me hahahahahaha
já não vou mais contribuir para o banco da fome
vou tornar-me na figura máxima dos beneméritos
vou ser um banqueiro....agradeçam-me!!!
hahahahahha