Ambrose Evans-Pritchard escreveu há duas semanas no Telegraph um texto sobre a Finlândia e a zona euro que vale a pena ler. A ideia resume-se assim.
A Finlândia está viver a maior crise económica dos últimos 30 anos. Trata-se de um país-modelo para o 'mainstream' europeu, que fez todas as "reformas estruturais" que o FMI, a OCDE e a Comissão Europeia consideram necessárias. No entanto, um conjunto de choques específicos - a queda da Nokia, a redução dos preços das matérias-primas, a crise na Rússia – têm estado a arrastar a economia finlandesa para o fundo.
No passado, o país lidou com crises desta natureza recorrendo a desvalorizações cambiais. Com a participação no euro isto deixou de ser possível. Para além disso, as regras orçamentais levam o governo finlandês a acentuar a crise, prosseguindo políticas recessivas de austeridade orçamental. Entretanto, os finlandeses olham para os vizinhos suecos – que optaram por manter a sua moeda nacional - e vêem a respectiva economia a crescer a bom ritmo.
Não admira, pois, que a eventual saída do euro se tenha tornado tema de debate nacional, levando parlamento da Finlândia a agendar para o próximo ano um debate sobre o tema.
Vale a pena estarmos atentos a estes desenvolvimentos: as surpresas vêm habitualmente de onde não estamos a olhar.
«...as surpresas vêm habitualmente de onde não estamos a olhar.»
ResponderEliminarNão fosse assim não seriam surpresas... surpreendentes
Está provado que a criação da moeda única foi um erro monumental, excepto para a Alemanha, que viu (tal como planeou) as suas exportações para os países da zona euro a crescerem em flecha. Passou-se o contrário, nos países com economias mais fracas, que viram o seu poder de compra sobre o exterior artificialmente aumentado, o que, a prazo, veio a revelar-se fatal, pelos desequilíbrios provocados, ao nível das dívidas das famílias e dos bancos nacionais. A austeridade, apresentada como medida alternativa à impossibilidade material de desvalorizar a moeda, só veio agravar a situação, asfixiando a economia, pela diminuição do consumo interno.
ResponderEliminarÉ evidente que o euro tem de ser extinto, já que é impossível ter uma moeda que sirva ao mesmo tempo várias economias de perfis macro económicos diferentes. Ao aderir ao euro, Portugal fez a figura daquela criança que veste o casaco do pai. Fica-lhe demasiado grande. E por mais cortes e ajustamentos que o alfaiate faça, o casaco nunca ficará em condições, por não assentar bem no corpo daquela criança.
[Para substituir o comentário enviado anteriormente, que continha algumas gralhas.]
Caro Alexandre de Castro.
ResponderEliminarEu costumo dizer que o Euro está para Portugal como um Mercedes novo está para um trabalhador que ganhe o salário minimo. Por mais cortes que faça, tem cada vez mais dificuldade para pagar a mensalidade... até um dia que terá de abandonar o seu "lindo" Mercedes e voltar a andar de Opel Corsa.
Definitivamente, o homem e´ um ser imaginativo e inquieto… Reais, Escudos e Euros… amanha logo se vera´…
ResponderEliminarContinuo a não perceber o porque de tanto alarido em volta da “moeda única”.Tenho a impressão que e´ só bazofia…
As sociedades mais dinâmicas, por isso mesmo, mais desenvolvidas, fizeram e desfizeram impérios, estados abocanharam outros estados… Os mapas da Velha Europa mudam continuamente sem cessar …Realidade sempre presente! Ora digam la´ se não e´ isto verdade..?
As discussões e os debates a serem feitos, tem de ter como personagem principal o próprio homem…E´ ele e só ele que terá de resolver o imbróglio!
Andamos nisto desde tempos imemoriais e com os homens mais sabedores da coisa – Temos atribuído as culpas ao Efémero, ao Eterno, a D. Sebastião, e mais recentemente, a Vasco Gonçalves, escusando a julgar-nos ..!
Não e´ falar politicamente correto quando acusamos o capital, o capitalismo, o egoísmo e a cede de poder, vaidades e outros que tais. E no entanto os homens sabem distribuir equitativamente! Ora bolas…De Adelino Silva
Por aí se retomaria a ânsia de desvalorizar salários e pensões, porque sim, porque é inevitável, porque são coisas da moeda e da concorrência.
ResponderEliminarEntão se tornaria mais evidente que quem tem algo de seu, não desvalorizável, ficava numa situação inaceitável de privilégio que haveria de ser corrigida pelo saque conduzido pelos camaradas dirigentes, esses paladinos da igualdade e que assim justificam que se auto-diferenciem.
A desvalorização pela via fiscal, pela moderação reinvidicativa, pelo bom-senso, são maquiavélicos espedientes da direira reaccionária e fascizante!
ResponderEliminarEm Portugal pouco ou quase nada se investe na Investigação Fundamental.
O desenvolvimento do País passa por investir na investigação científica em absoluto. E´ muito importante!
No entanto são poucas as empresas privadas, pequenas e grandes, que realizam ou promovem investigação fundamental e, no entanto, acabam sempre por ser as grandes beneficiárias da actividade científica que se faz nas Universidades e nas instituições públicas, desde a investigação fundamental a` aplicada, na forma de publicações, patentes, prestações de serviços e, sobretudo, do conhecimento especializado dos quadros mais qualificados que recrutam.
Essa coisa das “gorduras do Estado” de “menos Estado” apregoadas pelos direitinhos deste rincão
E´ um embuste de todo o tamanho…De Adelino Silva
Bom tudo leva a crer que estes Finlandeses são todos de extrema esquerda. Segundo o pensamento intelectualmente famoso de Cavaco Silva e a trupe da Direita maquiavélica.
ResponderEliminarDepois de ouvir a voz e ver o gesticular de Caetano Veloso em Terra, obriguei-me a ouvir o El condor pasa, naquelas magnificas Terras Andinas e Amazónicas com a orquestra de Paul Moriatt.
ResponderEliminarO meu pano de fundo – “as vozes agoirentas dos parlamentares portugueses”. Mas também a Guerra/Êxodo e o Criminoso Acto de Desviscerar a Mãe-Terra na Latina-América.
A Terra, a Musica e as Vozes dos que continuam a canta-la e musica-la, sao realidades existentes que perturbam o sono do capitalismo, hoje mais selvagem que nunca. E não tem nada a ver com as estrábicas elites governantes desta “Europa Destroçada”
E´ tempo de rumar a Norte! De Adelino Silva
Resta saber como estará o sistema bancário finlandês... Era ele o grande calcanhar de Aquiles da Grécia e é ele seguramente o grande calcanhar de Aquiles português. Quem brada aos céus pela perda de poupanças causada por uma desvalorização da moeda num eventual processo de saída do Euro, faria bem em preocupar-se com isso primeiro. O risco é bem real e a Direita está enterrada no lodo até ao pescoço nesta vertente, e isto desde pelo menos os tempos do BPN...
ResponderEliminarJose
ResponderEliminaraprende a escrever a palavra expediente
e de caminho vai aprender economia e a diferença entre desvalorização salarial global e desvalorização cambial
não te vai mudar o discurso porque és burro e teimoso mas sempre fazes a tentativa
eu diria que a vitória da extrema direita em França nas eleições regionais cheira mais mal para o Euro que a situação finlandesa
cheira ainda mais mal que o hálito do Jose
Em França começam a desvendar-se as tretas esquerdalhas, no seu consequente irrealismo, no seu oportunismo congénito, nos seus apelos à soberania do povo para logo submeterem o povo aos seus mantras.
ResponderEliminarPatriótico e de direita horroriza-os porque patriótico é tão só o caminho da esquerda, com exclusão de qualquer outro destino que não o fim das pátrias, das fronteiras, dos credos e da diferença.
Quanto ao treteiro de «a diferença entre desvalorização salarial global e desvalorização cambial», cumpre o ritual esquerdalho de sugerir conclusões irrefutáveis sem juntar qualquer argumento.
o treteiro Jose a acusar os outros de treteiros hahahahahhahahahahahahaha
ResponderEliminartreteiro Jose
o argumento basta-se
como sempre não o sabes...
estou a ver que tu nem gostas de direita
és mesmo amante do fascismo
como se não se soubesse já
a oeste nada de novo
engraçado que não gostas de Estaline mas gostas de Salazar e porventura de Hitler
deve ser consoante os que te pagam ou não
sit Jose Sit
au au au
Vem-me à memória um retardado que se assinava como DE e que se suspeita ter passado a anónimo.
ResponderEliminarVai-se a ver, e o Varoufakis é que tinha razão.
ResponderEliminarF.P.
A meu ver, as notícias verdadeiramente interessantes que nos chegam desses lados são estas:
ResponderEliminarhttp://www.dn.pt/dinheiro/interior/800-euros-por-mes-livres-de-impostos-para-todos-4919012.html
E atenção: por aqui ninguém advoga a perda de direitos sociais em troca da implementação do RBI!
Abraço
Francisco Oneto
curioso, curioso, é que tenho apenas uma amiga finlandesa, penso ser a única pessoa que conheço em toda a Finlandia, quando a conheci, dez anos atrás, a Finlândia era o grande exemplo para Portugal apresentado por Sócrates, a taxa de desemprego pouco passava os 5% e estava em queda, depois veio a crise do subprime, não sei porquê, mas o desemprego subiu, mas mesmo assim a Finlândia continuava longe dos holofotes, veio o nosso pedido de resgate e ouvi uns quantos irónicos remoques aos quais respondi com a fleuma possível, sempre dizendo que a situação na Finlandia não estava nada segura e que o desemprego só aumentava, entretanto o marido fica desempregado e de cada vez que falamos começa a temer pelo próprio emprego, pelo caminho a Nokia passa para mãos da Microsoft, e eu sempre a dizer que o euro, este euro, só serve a Alemanha que é o único país da Europa que tem um conjunto de bens com venda global, continuando a situação a piorar na Finlandia e o desemprego a aumentar, porque é impossível, dentro dos países (a meu ver) resolver os problemas deste euro, já que os problemas estão mais na moeda do que nos países. O tempo continuou a passar e por cá, para cá as instâncias europeias e o governo e seus apoiantes decidiram dizer que o programa de ajustamento tinha sido um sucesso, no entanto nunca devemos tanto dinheiro e a dívida a aumentar, sempre a aumentar quando supostamente teria invertido a tendência em 2013. Na Finlandia, a vida vai piorando, a minha amiga vai dizendo mal do primeiro ministro, diz que é completamente burro e vai-se questionando para que é que querem o euro e a União Europeia e o desemprego, esse, está nos 10% e penso que a subir. Portanto, peço desculpa, mas surpresa só foi para quem não esteve atento . . . ou então, para quem não tem uma amiga finlandesa. :-D :-D
ResponderEliminarÉ por pérolas destas que eu adoro a Internet...
ResponderEliminarInformação deste tipo nunca passará nos telejornais da treta portugueses...
Obrigado.:)