sexta-feira, 5 de junho de 2015
Zona euro, regras e ideologia
Numa entrevista ao semanário Wirtschaftswoche, na passada quarta-feira, o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, afirmou que o Syriza terá ganho as eleições por «convencer os gregos que existia uma forma simples para permanecer na zona euro», lamentando que essa promessa tenha sido feita ao povo grego.
O processo de negociações, contudo, foi deixando cada vez mais claro que o pomo da discórdia, que impede um acordo entre o governo grego e as «instituições», é apenas um: «a exigência de mais austeridade por parte dos credores», como assinala Yanis Varoufakis em artigo de opinião publicado pelo Project Syndicate. Ou seja, não está em causa a tão propalada incapacidade de implementação de reformas económicas por parte da Grécia, nem sequer uma divergência substantiva ao nível das metas orçamentais propostas pelas partes, que divergem por décimas.
No documento entregue pelas «instituições» ao governo grego, conhecido na sequência da divulgação da proposta apresentada pela Grécia aos credores, tornou-se evidente que o impasse é exclusivamente ideológico. Entre as exigências dos credores constam medidas como a subida do IVA em medicamentos e na electricidade, a redução gradual do rendimento mínimo garantido e de outros apoios sociais, o corte em salários e pensões e a revisão da legislação laboral. A continuação do fracasso da austeridade, portanto.
Ora, não estando propriamente em causa o cumprimento de objectivos orçamentais - mas apenas a estratégia, as escolhas políticas e económicas para os cumprir - seria bom que Schaeuble demonstrasse em que medida as regras para «permanecer na zona euro» obrigam à adopção de um tipo específico de medidas, como cortes nos serviços públicos e em salários e pensões.
Não sendo a zona euro, uma zona democrática - está VISTO! -
ResponderEliminarque democratas querem lá estar?!
Talvez os parasitas "instalados"...
Precisamente porque o impasse é ideológico é que os credores não se podem dar ao luxo de ceder. Uma solução que pusesse em causa o viés ideológico dos normativos para-constitucionais e dos tratados europeus iniciaria o deslaçar de toda essa construção.
ResponderEliminarA má (há na Grecia quem diga ausencia) de governação presumo que vai ter ainda piores desenvolviemntos e reais para desgraça do povo; as filosofias e fantasias continuam mas são unica e exclusivamente virtuais. Animam os serões mas trazem só mais miseria e 3ºresgate.
ResponderEliminarEntre as medidas que visam um resultado há um diferenciador essencial: as de eficácia provável e as de ineficácia assegurada.
ResponderEliminarChamar-lhe diferença ideológica ou assobio não é a questão.
Desta vez o José tem toda a razão, são bem conhecidas as medidas de ineficácia assegurada: as aplicadas na Grécia desde 2010 por imposição da troika
ResponderEliminarMas esta coisa do Euro nunca mais acaba? Vai ser preciso a miséria e a morte de quantas mais pessoas?
ResponderEliminarCom o aumento do IVA nos medicamentos aumenta a possibilidade dos pobres não comprarem medicamentos e falecerem, resultando na sua eliminação. Eficaz esta medida.
ResponderEliminarNuno Serra aparentemente falava de 'metas orçamentais'.
ResponderEliminarAgora se verifica que subjaz - como sempre - a toda a sua análise sobre os gregos !que possam manter as rendas de uma riqueza que nunca produziram!.
A europa não é democrática segundo a Grécia, uma vez que não a deixam cumprir o seu programa eleitoral.
ResponderEliminarLogo a Grécia devia abandonar unilateralmente a UE.
Como bónus tinha a oportunidade de provar que o problema é do euro e doa alemães.
cumps
Rui Silva
Chica. Este anonimo pensa que esta historia toda e a mais ou menos assim contada: A historia do socio que rompe com seu clube de futebol preferido porque os resultados nao acompanham a temporada...
ResponderEliminarPensamento bem superficialmente latino em qualquer caso...:)