quinta-feira, 17 de janeiro de 2013
As consequências económicas da estupidez
E pronto. Como não podia deixar de acontecer, a recessão chegou à Alemanha (-0,5% no último trimestre de 2012). A imposição de cada vez mais austeridade a cada vez mais (e maiores) economias voltou a mergulhar a Alemanha na recessão, depois de ter feito o mesmo à Zona Euro no seu conjunto.
O mecanismo era igualmente previsível: o abrandamento das exportações alemãs, ou seja, a compressão da procura nas economias da Zona Euro pela política de austeridade. Quando uma economia aposta toda a sua estratégia de crescimento nas exportações, os resultados não podem ser brilhantes. E não foram. Ao contrário do que se possa pensar olhando para os excedentes da Balança corrente alemã, o crescimento desta economia durante a vigência do Euro foi extremamente reduzido e situou-se, aliás, abaixo da média da Zona Euro.
Quando, ainda por cima, uma economia dependente das suas exportações impõe, ao mesmo tempo políticas europeias de austeridade frenética, o resultado não pode ser bom. Trata-se, no fundo, de arruinar os clientes. O mau karma que a Alemanha lançou sobre a Europa, através da sua política de compressão salarial, associada à sua radical oposição a política económicas e orçamentais solidárias à escala europeia, regressou agora à origem.
Assim, e paradoxalmente, as escolhas impostas pelas elites económicas alemãs podem ser contra-producentes, incluindo do ponto de vista das mesmas. Dizem alguns analistas alemães que esta dinâmica é para continuar em 2013. Os que preferem a estratégia da negação, e são muitos, lançam olhares esperançosos para a recuperação no Estados Unidos e China, ou seja, para gente, apesar de tudo, mais sensata que eles.
A estupidez da senhora mais cedo ou mais tarde tinha de ter resultados internos.
ResponderEliminarOs externos, esses estão á vista aqui e na Grécia e também devido á estupidez ( que é uma coisa que não tem cura)e á ideologia miserável e fascizante de Passos Coelho e quejandos.
Excerto do vosso colega na SIC Notícias:
ResponderEliminarAlexandre Abreu: Temos um orçamento de Estado que é pouco sério do ponto de vista técnico. Isso, aliás, já foi assinalado por muitos comentadores. Sendo pouco sério, das duas, uma: ou incompetência ou uma deliberada vontade de enganar o eleitorado e os portugueses. Julgo que as pessoas que estão no Governo e no Ministério das Finanças são competentes, portanto só nos sobra a segunda hipótese: há uma vontade deliberada de enganar os portugueses.
Entrevistadora: Mas enganar para quê?
Alexandre Abreu: Para legitimar o que se vai passar no próximo ano que é esta tentativa de refundação do estado social que o aproxima dos países do terceiro mundo onde as desigualdades se aprofundam e onde uma oligarquia vai tomando conta do país. Estamos, aqui em Portugal, num processo de subdesenvolvimento e cada vez mais capturado por uma oligarquia.
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Isto, para dizer ao José Gusmão que também a Merkel não é parva. É, tal como os tipos do governo português, uma diligente funcionária bancária...