sábado, 4 de agosto de 2012

Ainda sobre a privatização do Pavilhão Atlântico

«As coisas mais simples são muitas vezes incompreensíveis para as mentes mais sofisticadas. O Estado construiu o PA por 50 milhões de euros. Fê-lo porque considerou que este equipamento era importante no plano de recuperação urbanística da zona oriental de Lisboa. Trata-se de um equipamento cuja utilização comprova a justeza da opção do Estado já que os objectivos que presidiram à sua construção têm sido alcançados. Em função desse sucesso as receitas que gera são superiores aos custos incluindo os custos financeiros a ele associados. Não entra aqui nestas contas o valor de uso embora seja esse valor que justifica a construção de qualquer equipamento desta natureza. Não interessa sequer discutir se para esta construção existiram ou não financiamentos comunitários a fundo perdido.
O que interessa é o facto de não existir nenhuma racionalidade económica em alienar um equipamento, ainda novo, por menos de metade do seu custo apenas e só porque, afinal, o Estado não se revê na função de gestor de equipamentos culturais. Não existe racionalidade mas também não existe surpresa já que esta tem sido a nossa triste história. Infelizmente alguns teimam em não perceber mesmo as coisas mais simples.»

(O certeiro comentário de José Guinote, numa discussão a propósito deste post)

3 comentários:

  1. Será que este governo vai fazer o mesmo ao centro cultural de Belém?
    Qual será o racional para o não fazer, se assim for?

    ResponderEliminar
  2. Esta lógica parece ser a daquelas pessoas que, tendo comprado uma casa há uns anos e pretendendo agora vendê-la, se recusam no entanto, teimosamente, a vendê-la por um preço inferior àquele pelo qual a compraram, apesar de ninguém lhes oferecer o preço desejado.
    Por que raio é que uma coisa tem necessariamente que ser hoje vendida a um preço superior ao da sua construção? Não entendo.
    Eu não sei se a venda do Pavilhão Atlântico é um bom ou mau negócio. Mas não percebo este argumento de que o Estado deveria necessariamente vendê-lo por um preço superior ao da sua construção.

    ResponderEliminar
  3. "Mas não percebo este argumento de que o Estado deveria necessariamente vendê-lo por um preço superior ao da sua construção."

    Mais um "analista" com deficit de compreensao...
    Isto ja parece mais uma procissao. E giro como gente tao sofisticada aparenta ser incapaz de ler um texto de uma ponta a outra.
    Talvez assim ao menos poderiam finalmente responder a argumentacao substantiva em vez dos espantalhos da sua delirante imaginacao.

    ResponderEliminar