O Financial Times teve acesso a um relatório confidencial da troika – BCE, FMI e Comissão Europeia – sobre possíveis cenários de reestruturação da dívida grega. A primeira novidade é que se chega à conclusão que é necessário um corte na dívida de 60% (maior do que os 50% de que se tem falado) para que a Grécia não precise de um terceiro pacote de financiamento. O colapso da economia grega e o falhanço da austeridade são evidentes. No entanto, a troika não dá o braço a torcer e culpa os gregos pela lentidão na aplicação das “reformas estruturais”. O autismo relativo ao que se está a passar na Grécia consegue ainda surpreender. A realidade não interessa quando temos uma teoria elegante. Mais interessante é constatar o desacordo dentro da troika. O BCE, porta-voz dos interesses do capital financeiro europeu, recusa os cenários de corte da dívida grega. Qualquer proposta de solução europeia implicará a refundação deste Banco, colocando-o ao serviço da economia e sob controlo democrático. Contudo, dada a actual correlação de forças europeias, tal proposta é cada vez mais do domínio da “Terra do Nunca”.
Mas quais são argumentos para não refundar o BCE e revogar o Tratado de Lisboa, acabando com os disparates que estão na origem desta crise?
ResponderEliminarMas o que é que vale mais do que o futuro da economia de Europa? O medo de uma suposta inflação é assim tão grande? Porquê?