tag:blogger.com,1999:blog-4018985866499281301.post3838806120201606083..comments2024-03-27T17:38:13.505+00:00Comments on Ladrões de Bicicletas: A Economia problemaNuno teleshttp://www.blogger.com/profile/07713327330820459193noreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-4018985866499281301.post-90089274752526347232011-10-28T11:43:35.633+01:002011-10-28T11:43:35.633+01:00Pode ser um bom contributo para uma discussão inev...Pode ser um bom contributo para uma discussão inevitável, a qual aliás se ramifica em várias direcções.<br />Quanto aos curricula, a tendência foi para a quase completa des-aprendizagem. Um estudante de economia, hoje em dia, faz a licenciatura sem ter história do pensamento económico! Tem Macros, Micros, matemáticas e estatísticas, econometrias e cálculos financeiros, claro, e também contabilidades e essas coisas misterioso-prestidigitadoras a que se chama "gestão", "marketing", etc.<br />Do lado dos departamentos oficialmente de ciências sociais (sociologia, história e direito), a Bolonhização teve um enorme efeito de rolo compressor. Como as licenciaturas são oficialmente de economia, gestão, finanças, etc., é claro que a folha caiu para os ramos poderem ficar... No que sobrou, a atitude prevalecente é miseravelmente doutrinária e imediatista. Salvou-se aliás sobretudo o direito, porque é sabido que se vive uma época de liars... e de lawyers. O estudante já vem com ideias de aprender coisas que rapidamente lhe sirvam para poder "aplicar" e lhe dêem "empregabilidade", e a instituição ainda o reforça mais nessa atitude utilitária e imediatista. O distanciamento relativamente ao senso comum é nulo, pelo que a doutrinação é obviamente em doses cavalares...<br />Bom, e nos mestrados? O facto é que nos mestrados se parte do zero, até porque a clientela é variada, pelo que o nível do ensino ministrado se reduz ao máximo denominador comum. A verdade é que depois do actual (3+2) se sabe em princípio bastante menos do que depois do antigo 5... mas daí, por outro lado, "that's the spirit", não?<br />Ah, e quanto aos painéis, sobretudo na "economics" pura e dura, é aquele tal afunilamento de critérios que dá o "pensamento único" e que o “pensamento único” dá, claro que sim. É uma mega-carneirização generalizada, que também passa pela adopção, por exemplo, das revistas da lista do Thompson ISI como critério super-ultra-meta-XPTO, sem que lhes ocorra sequer parar por um momento para pensar que essa lista é, antes de mais, uma lista comercial! Duma empresa, sim! Uma lista para a pertença à qual as revistas têm antes de mais de proceder ao respectivo “pagantes”. Tal como os investigadores e docentes têm de proceder ao respectivo “pagantes” se quiserem ir apresentar uma comunicação num congresso algures (decisivo, para o CV), por vezes organizado por uma organização ela própria comercial ou a tender para isso, e têm de se dar por felizes por publicarem em revistas e/ou livros, sem receberem direitos de autor, mas trabalhando sempre mais denodadamente, porque o publishing ainda é mais relevante para o CV! Que é como quem diz: "Trabalhas de borla para mim, e já gozas se eu deixar que publiques. Olha que há mais quem queira!"<br />Será que este modelo serve de inspiração para algo mais a outra escala?...João Carlos Graçanoreply@blogger.com