tag:blogger.com,1999:blog-4018985866499281301.post2521780621302124261..comments2024-03-28T15:29:23.665+00:00Comments on Ladrões de Bicicletas: Portugal é hoje o campo de batalha de uma luta europeiaNuno teleshttp://www.blogger.com/profile/07713327330820459193noreply@blogger.comBlogger48125tag:blogger.com,1999:blog-4018985866499281301.post-10310513044391458712016-07-07T01:16:08.847+01:002016-07-07T01:16:08.847+01:00"Antigos partidos de esquerda idiotizaram-se ..."Antigos partidos de esquerda idiotizaram-se e rejeitaram as suas origens favoráveis ao trabalho para apoiar o thatcherismo, a privatização, orçamentos equilibrados e austeridade em favor da banca. Ao rejeitarem Marx, eles aderiram à Nova Guerra Fria.<br /><br />Há uma outra economia europeia que é possível. Mas ela não pode ser construída sobre as fundações actuais. É necessário dissolver a eurozona para reconstruir uma Europa favorável ao trabalho. <br />(Michael Hudson)Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4018985866499281301.post-19504437856232161572016-07-07T01:13:37.141+01:002016-07-07T01:13:37.141+01:00"Os tablóides britânicos opuseram-se à UE ao ..."Os tablóides britânicos opuseram-se à UE ao retratarem burocratas não eleitos de Bruxelas a fazerem leis que obrigavam a Grã-Bretanha. O argumento era em grande medida um apelo nacionalista a "leis britânicas para ajudar o povo britânico".<br /><br />O problema real não é simplesmente que burocratas estejam a fazer as leis, mas a espécie de leis que estão a fazer: a favor da banca, da austeridade anti-trabalho. A política fiscal e da despesa pública foi retirada das mãos dos governos nacionais e entregue aos centros bancários. Eles insistem na austeridade e em desescalar pensões e programas de gastos sociais.<br /><br />Os tratados de Maastricht e Lisboa – juntamente com a constituição alemã – privam a eurozona de ter um banco central que gaste dinheiro para ressuscitar a economia europeia. Em vez de trabalhar para aliviar a economia da deflação da dívida que se tem verificado desde 2008, o Banco Central Europeu (BCE) financia bancos e obriga governos a salvar de perdas os possuidores de títulos ao invés de cancelar parcialmente (writing down) dívidas podres.<br /><br />Em matérias importantes, os burocratas de Bruxelas parecem bastante inclináveis às pressões estado-unidenses para assinar o TTIP: o neoliberal Tratado Transatlântico e de Parceria de Investimento da administração Obama. Isto é um programa corporatista que transfere a política regulatória para mãos corporativas, afastando-a do governo: política ambiental, política de saúde pública e de etiquetagem de alimentos para começar.<br /><br />A burocracia de Bruxelas foi sequestrada não só pelos bancos como também pela NATO. Ela pretende que há um perigo real de a Rússia montar uma invasão militar da Europa – como se algum país no mundo de hoje pudesse montar uma guerra terrestre contra outro.<br /><br />Esta ameaça fictícia é a desculpa para reservar 2% dos orçamentos europeus para gastos com compras de armas do complexo militar-industrial dos EUA e dos seus congéneres em França e de outros países. Belicistas de Bruxelas-NATO são utilizados para descrever a esquerda favorável ao trabalho como "frouxa" quanto à segurança nacional – como se a Europa realmente enfrentasse um problema de invasão russa. Oponentes à euro-austeridade são pintados como agentes de Putin.<br /><br />A voz dissidente tem sido o partido da Frente Nacional de Le Pen, em França. Ela condena a participação francesa na NATO, considerando que esta cede controle militar aos EUA e ao seu aventureirismo.<br /><br />Aquilo que costumava ser uma esquerda socialista tem estado silenciosa acerca do facto de que há muito boas razões para o povo dizer que esta não é a espécie de Europa de que pretende fazer parte. Está a tornar-se uma zona morta. E ela não pode ser "democratizada" sem substituir os tratados de Lisboa e de Maastricht sobre os quais está fundamentada e remover a oposição alemã a gastos públicos com a recuperação da Espanha, Itália, Portugal, Grécia e outros países.<br /><br />O que é notável é que face à ascensão de ressentimento por parte dos "perdedores" do neoliberalismo – os 99 por cento – só partidos nacionalistas de direita tenham criticado o neoliberalismo da UE e o TTIP. Os partidos socialistas antes de esquerda da França e Espanha, os social-democratas alemães, socialistas gregos e assim por diante endossaram o programa de austeridade neoliberal e a favor da finança e reduzem o poder de sindicatos, salários e pensões"<br />(Michael Hudson).<br />Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4018985866499281301.post-81525179097612947132016-07-07T01:08:42.230+01:002016-07-07T01:08:42.230+01:00O filósofo islâmico do século XIV, Ibn Khaldun, es...O filósofo islâmico do século XIV, Ibn Khaldun, estimava que toda dinastia se esgota em cerca de 120 anos (quatro gerações). A tendência é arrancar com um progressista "sentimento de grupo" de ajuda mútua. Mas com o tempo, as dinastias sucumbem ao luxo e à cobiça e tornam-se corruptas e facilmente manejáveis por interesses especiais.<br /><br />O mesmo pode ser dito de partidos políticos. Todo partido que se identificou com a esquerda na Era Progressista – o Labour e partidos socialistas da Europa, bem como o Partido Democrata nos EUA – moveram-se agora para a direita neoliberal pois tornaram-se parte do "establishment".<br /><br />É como se partidos de esquerda e direita houvessem comutado de posições politicamente. A esquerda socialista não está a protestar contra a austeridade da eurozona, mas aplaude-a. Tal como Tony Blair e Gordon Brown na Grã-Bretanha, eles tornaram-se thatcheristas, pressionando pela privatização e o corporatismo"<br />(Michael Hudson). Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4018985866499281301.post-56078412522225078542016-07-06T23:54:28.348+01:002016-07-06T23:54:28.348+01:00Eles querem que nos contentemos com um bicicleta r...Eles querem que nos contentemos com um bicicleta roubada Grande Sicca, andava eu a estudar quando vi este filme numa sessão do CCUL). Agradeço ao RPM os seus doutos pontos de vista, não só aqui como nos "Números do Dinheiro" (apesar de ter de gramar com BdM) e neste momento estou lendo "A Economia como desporto de Combate" com muita atenção. Não sei como arranja tempo para tanto.Anfitritehttps://www.blogger.com/profile/05400333664007418879noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4018985866499281301.post-33086475775414234892016-07-06T20:48:12.261+01:002016-07-06T20:48:12.261+01:00Não se percebe como se tira a conclusão que o povo...Não se percebe como se tira a conclusão que o povo britânico não votou contra a hegemonia da finança no Brexit e se afirma imediatamente a seguir que se votou desde Thatcher a favor de tal hegemonia. A distorção da interpretação dos factos de acordo com o que se pretende demonstrar a posteriori não colhe.<br /><br />Tal como não colhe este perpétuo e contínuo fechar de olhos a uma evidencia básica. Os eleitores não querem esta UE. Estão fartos dela. <br /><br />E mais uma vez se avisa porque parece que não se aprendeu a lição. Se mais referendos houvera,mais "surpresas" surgiriam no campo dos que continuam apostados em considerar que esta Europa interessa ao mundo do Trabalho.<br /><br />Veja-se o rasgar de vestes e a histeria pelo Brexit de quem detém o poder económico Os que se apropriam da riqueza produzida sabem bem o que está em jogo. E as vozes e o camor contra este estado de coisas cresce.<br /><br />Entretanto, no directório, os vários interesses começam a surgir e a degladiar-se. A confirmar que esta UE é uma fraude.E a denominada "partilha de soberania" um isco e uma enorme tretaAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4018985866499281301.post-20389534875040170032016-07-06T20:35:13.142+01:002016-07-06T20:35:13.142+01:00Ainda bem que foi reconhecido que o voto no Brexit...Ainda bem que foi reconhecido que o voto no Brexit foi o voto na saída da UE.Logo foi um voto contra esta globalização forçada. O povo britânico disse que não queria este modelo "evolucionista". Disse que quer um trajecto alternativo.Afinal não há um caminho único e inevitável<br /><br />Isto são evidências básicas.<br /><br /><br />Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4018985866499281301.post-82679316571802256372016-07-06T20:28:55.552+01:002016-07-06T20:28:55.552+01:00A maioria do eleitorado não votou na direita. Voto...A maioria do eleitorado não votou na direita. Votou na saída da UE.<br /><br />Citando:"Labour, meanwhile, has gone into self-destruct mode with even more abandon, as party high-ups scramble to avoid blame for a collective failure to recognise the most basic concerns of millions of traditional Labour voters – concerns which ultimately tipped the national balance in last week’s historic vote to Leave."<br /><br />Ou de como foram os votantes tradicionais do Labour que votaram Bexit.E que inverteram as contas e a chantagem das elites britânicas e da alta finança.<br /><br />Se os juízos de opinião são legítimos e as leituras díspares são bem-vindas não se pode todavia partir destas para se tirarem conclusões que os factos demonstram ser errados Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4018985866499281301.post-39453196887543681352016-07-06T20:03:01.750+01:002016-07-06T20:03:01.750+01:00A maioria do eleitorado que votou no Brexit votou ...A maioria do eleitorado que votou no Brexit votou na direita.<br /><br />Eis uma afirmação temerária que carece de confirmação. Votou na direita quando? No acto do referendo não o foi porque não era isso que estava em jogo.<br /><br />O Brexit é um espinho encravado na direita e na extrema-direita.E aqueles que se submetem aos ditâmes dos grandes interesses económicos.<br /><br />Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4018985866499281301.post-76059903724616002722016-07-06T01:18:29.430+01:002016-07-06T01:18:29.430+01:00Peço desculpa, mas alguém acima disse e cito, que ...Peço desculpa, mas alguém acima disse e cito, que o voto no Brexit é 'uma revolta maciça contra a hegemonia da finança globalizada'. Se assinassem o que escrevem, eu saberia a quem me dirigir. Por isso, convém dizer alto e bom som que o Brexit representou e só a saída do RU da UE. A maioria do eleitorado que votou Leave votou na Direita e a hegemonia da finança certamente que não o preocupa, têm votado a favor dessa hegemonia desde Thatcher. Pode ser-se a favor do Brexit porque se deseja a devolução de poderes a Westminster, ou porque se deseja controlar a imigração, ou porque se deseja o fim da regulamentação de Bruxelas (incluindo as garantias de direitos sociais). Isso é perfeitamente coerente. Assim como se pode celebrar do lado de cá da Mancha esse voto porque ele faz soçobrar a UE ou porque deslocará o seu centro financeiro de Londres para Frankfurt. Isso também é coerente. Agora, dizer que o voto no Brexit é do interesse dos trabalhadores, quando estes perderão apoios e direitos e serão confrontados com um Governo ainda mais à Direita do que o de Cameron, isso é ter pouco sentido tático. A Brexit representa uma saída pela Direita, gostem os seus defensores ou não. A não ser que se pretenda sacrificar o bem-estar presente das pessoas a supostas conquistas futuras. Sucede que as pessoas não são instrumentos e a melhor forma de garantir os seus interesses é através de medidas de cariz reformista, como a História bem mostra aliás...Jaime Santoshttps://www.blogger.com/profile/18024888447604466826noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4018985866499281301.post-4323298430973900272016-07-05T23:14:33.075+01:002016-07-05T23:14:33.075+01:00A luta contra a globalização está em alta.
Os seu...A luta contra a globalização está em alta.<br /><br />Os seus defensores falam disso abundantemente mas abstêm-se de formular as políticas que viabilizam esse projecto.<br />Como o tema não me interessa não vou desenvolvê-lo mas chamo a atenção para uma das acções desse tipo mais estruturada e consistente: a criação por Maduro do Ministério Popular para a Agricultura Urbana.<br />Repensar o uso do telemóvel parece-me uma via também muito prometedora.<br /><br />Josehttps://www.blogger.com/profile/17089003849614254348noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4018985866499281301.post-4487028389050695942016-07-05T23:02:32.394+01:002016-07-05T23:02:32.394+01:00Mas pelos vistos é preciso lembrar o que é esta UE...Mas pelos vistos é preciso lembrar o que é esta UE. E de novo Jorge Freitas Seabra:<br /><br />"O contraste entre o brutal tratamento dado à Grécia, como retaliação do referendo em que o seu povo recusou mais «austeridade», e as cedências feitas a Cameron só para assegurar o seu apoio no referendo britânico (afinal, como agora se vê, inutilmente…), ou a tolerância subserviente para com o elevado superavit alemão violador das mesmas «regras», dificilmente encontram qualquer justificação moral e muito menos democrática. O tratamento com pinças do défice gaulês «porque a França é a França» (Junker dixit), enquanto se ameaçam a Espanha e Portugal com «sanções», apesar dos «bons alunos» nacionais terem cumprido à risca a orientação que a sua «europa» lhes ditava, mostra a hipocrisia de toda esta farsa.<br /><br />O próprio Presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Junker, retrata bem a podridão dessa «europa» do capital, capitaneada por Merkel que parece apostada em trazer à tona as piores lembranças de uma Alemanha que, depois da guerra, se queria «um país normal». Afastado, em 2013, de primeiro ministro do Luxemburgo devido a escandalosos favores fiscais prestados às multinacionais (o chamado Luxleaks), mas também - facto menos divulgado -, por, enquanto ministro do Interior, ter dado cobertura à polícia secreta do Grão-Ducado (SREL) implicada em tráfico de automóveis, proxenetismo, pedofilia e em duas dezenas de atentados bombistas nos anos 80, falsamente atribuídos aos comunistas numa «estratégia de tensão» para favorecer a emergência de um regime autoritário (Le Monde 10/7/2013 e relatório SREL), esta figura, tão falsamente sorridente como sinistra, foi premiada com a ascensão ao cargo que hoje ocupa à frente da Comissão Europeia.<br /><br />A sua nomeação e permanência após ter rebentado o escândalo do Luxleaks, contou com apoio do Grupo Socialista Europeu, talvez porque, como então justificou (sem se rir) a eurodeputada Ana Gomes, se a ideia era a de combater a fuga ao fisco, «nada melhor que um caçador furtivo para dar caça aos caçadores furtivos»…<br /><br />Contudo, apesar dessa sua habilitada colaboração, pouco mudou quanto à fuga dos grandes às suas obrigações tributárias (como mostram os «Panamá papers»), e quem acabou por ser condenado pelo o Tribunal Criminal do Luxemburgo não foi o «caçador furtivo» que ajudou a roubar os cidadãos europeus para encher os bolsos de mais de três centenas conhecidas multinacionais - entre as quais a Aple, a Ikea, a Starbucks, a Amazon, a Fiat, a Vodafone, a Timberland, a Pepsi, a Heinz, a Burberry, a Louis Vuitton -, mas os dois funcionários da consultora Pricewaterhouse Coopers, uma das «Big Four» (as outras são a Deloitte, a Ernst & Young e a KPMG), organizadoras do fraudulento esquema. <br />Antoine Deltour e Raphael Halet tiveram a coragem de denunciar a trapaça e puseram Junker e associados a descoberto. Por isso, foram agora condenados, embora com pena suspensa, depois de terem sofrido inúmeros incómodos e pressões. A mensagem para o vulgar cidadão não podia ser mais clara: vejam o que acontece se quiserem (ou ousarem) fazer o mesmo!"Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4018985866499281301.post-603999661681678362016-07-05T22:57:12.978+01:002016-07-05T22:57:12.978+01:00" A segunda impressão será, provavelmente, a ..." A segunda impressão será, provavelmente, a da aparente diversidade da motivação dos eleitores ou da heterogénea e contraditória forma de recusa de um estatuto de exploração, reflexo do mal-estar de um quotidiano ameaçador e precário, que aflora, indelével, mobilizando as classes e estratos sociais de mais fracos recursos.<br /><br />Bem podem os media ligar os defensores do «remain» a uma juventude letrada e cosmopolita e os do «Brexit» a pategos, desempregados e analfabetos, e à praga grisalha, numa conversa da treta já nossa bem conhecida. A verdade é que, se existe fragmentação, ela é fundamentalmente fruto de uma propaganda repetitiva, manipuladora e divisionista, constantemente martelada por uma comunicação social ideologicamente empenhada em afastar quem trabalha da defesa dos seus reais direitos, cada vez mais ameaçados por uma elite dominante predadora e retrógrada, que se sentiu mais forte depois da queda do muro de Berlim".<br />(Jorge Freitas Seabra)Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4018985866499281301.post-48855080384413952652016-07-05T22:52:22.407+01:002016-07-05T22:52:22.407+01:00"O desmoronar de um pilar importante do proje..."O desmoronar de um pilar importante do projecto de integração do «mercado europeu», designado por «europa» ou «união europeia», criou desespero e peles de galinha a quem o defende e seria difícil fugir ao tema pelo significado desse abalo no programa de exploração da «Europa dos cidadãos», sempre apregoado como «sem alternativa».<br /><br />E talvez seja essa ideia de alternativa, ou a possibilidade de ela existir pela simples afirmação da vontade de um povo, a primeira impressão que ressalta do resultado de um referendo convocado como truque de ilusionismo eleiçoeiro que acabou por enterrar quem o concebeu, menosprezando a revolta, heterogénea mas real, contra essa «europa» abusiva e agressora que, para além de maltratar os seus cidadãos, leva a guerra a terras alheias, desestabilizando os regimes laicos do mundo árabe, recusando depois o apoio aos refugiados que causou, difusamente apresentados como potenciais terroristas ou como agressivos concorrentes dos que vegetam no mundo da miséria e do desemprego europeu."Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4018985866499281301.post-83607948163903752022016-07-05T22:49:53.889+01:002016-07-05T22:49:53.889+01:00Vamos a ver se Lord Lawson terá razão. O que sabem...Vamos a ver se Lord Lawson terá razão. O que sabemos no entanto desde já, é que todo o poder económico, precisamente aquele que esmaga quem trabalha , que se apropria da maior parte da riqueza produzida, está contra o Brexit. E é este poder que mais cedo ou mais tarde irá alimentar os movimentos fascistas e racistas.<br />Como poderiam Johnson ou Farage assumir um papel de relevo pós Brexit, se o Capital está tão "zangado" com eles? Eles não são nada sem o apoio da City e dos grandes patrões. Eles estão limitados na sua actividade porque são a expressão de classe dos interesses citados. Vão desaparecer de cena e só os mais interessados nas tricas e nos bastidores alimentaram conversas de folhetim sobre as motivações e as "indecisões" de tais personagens.<br /><br />O que é importante passará por outros e para outros. E os factos aí estão para o demonstrarAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4018985866499281301.post-51796683633462821392016-07-05T22:39:31.280+01:002016-07-05T22:39:31.280+01:00O liderar a contestação à UE , a esta UE é um deve...O liderar a contestação à UE , a esta UE é um dever de quem defende o trabalho contra o capital.Ao contrário do que pensam muitos intelectuais, incluindo de esquerda, tal ideia tem receptividade entre as populações. Estas não precisam que lhes digam que vão sofrer e os que mais vão sofrer são os pobres e os que não vão ter acesso aos fundos comunitários e outras palavras pias.<br />Eles já sofrem.Todos os dias e de há anos para cá. E cada dia que passa mais se sentem humilhados e esmagados<br /><br />Eu repito a frase que alguns não gostam:<br />A posição a favor da UE é o melhor “agente de recrutamento do UKIP na Grã-Bretanha”.<br /><br />Abandonar princípios e não ver a realidade, ignorar o sentimento que cresce contra este modelo de sociedade é deixar campo livre a todas as xenofobias, a todos os movimentos de extrema-direita. É trair a esquerda e fazer crescer a extrema-direita<br />Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4018985866499281301.post-16360467720910825822016-07-05T22:31:51.511+01:002016-07-05T22:31:51.511+01:00As pessoas votaram para sair da UE.
Que enorme ava...As pessoas votaram para sair da UE.<br />Que enorme avanço metodológico. Aleluia pelo reconhecimento do facto.<br />Até que enfim que não se vem com a treta sobre a vitória da direita e da extrema-direita.<br /><br />A saída da UE representa um Não a esta globalização forçada.<br />O que se afirma acima é isso mesmo: que se trata de uma revolta maciça contra a hegemonia da finança globalizada. Quem quiser que o contradiga.Mas é ver aí todos os "globalizadores" em processo de semi-histeria. Como a city. E quanto aos motivos pelas quais a city queria ficar na UE sabemos nós quais são. Apontadas algumas, há que dizer que esse é mais um motivo de satisfação pelo Brexit.<br /><br />Não , não se trata dum voto contra o capitalismo ou contra o capitalismo global seja lá o que isso for. Ninguém tirou tal conclusão. Ninguém o disse. Isso é pura estultícia. O que se anda há dias a dizer é que foi um voto contra esta UE. Tão simples como isso.Pelo que não adianta colocar palavras nos outros que nunca se disseram.<br /><br />O que se diz, num tom muito directo e muito firme, é que a esquerda devia ter optado de forma decidida pelo apoio às classes trabalhadoras e pelo apoio ao trabalho. Por estar ao lado da "cólera do povo contra o alto desemprego e a crise imposta pelo capital financeiro" . Assumindo um papel que cabe à esquerda. E identificando claramente o inimigo.<br /><br /><br />Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4018985866499281301.post-60893992528527905402016-07-05T22:04:02.587+01:002016-07-05T22:04:02.587+01:00Precisamente porque o termo "populista" ...Precisamente porque o termo "populista" é controverso e é usado como arma de arremesso muitas vezes de forma imprópria e demagógica à boa maneira populista foi feita a chamada de atenção<br /><br />Nada se retira do que se disse sobre tal termo.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4018985866499281301.post-842273496803503382016-07-05T20:38:39.930+01:002016-07-05T20:38:39.930+01:00Caro anónimos, O meu uso do termo populista refere...Caro anónimos, O meu uso do termo populista refere-se neste contexto apenas aos populistas de Direita que lideraram a campanha do Brexit. Mas também há populismo de Esquerda, é verdade. Um político populista (de Esquerda ou de Direita) pode ser reconhecido por ser incapaz (por incompetência ou por má fé) de fornecer descrições detalhadas sobre a forma como deseja implementar as suas propostas políticas (policies), ou ainda por considerar que o 'Due Process' da Democracia Representativa é uma forma de dominação (o referendo marcado agora por Orban contra a UE é um bom exemplo desta atitude). Mas só os populistas de Direita são capazes de acicatar os ódios de grupos desfavorecidos contra pessoas ainda mais fracas. Isto não esgota as características dos populistas, mas o espaço não chega. É algo difícil de definir, mas tal como a pornografia, se virem um populista reconhecem-no, com certeza. Nesse sentido, o que se passa agora no RU é um perfeito exemplo de populismo. Johnson, Gove e Farage juntaram a incompetência, a mentira e a má fé ao ódio aos estrangeiros... <br /><br />O facto de que o Capital Financeiro queria que o RU permanecesse na UE tem de facto explicações simples, a saber, a garantia de que a City pode continuar a operar como Centro Financeiro da Europa e que o RU mantém o acesso ao Mercado Único. Para além disso, a capacidade de firmas britânicas poderem continuar a contratar trabalhadores estrangeiros (qualificados ou não qualificados) também dá jeito, entre outras razões porque reduz o salário médio. Sucede que as pessoas no RU não votaram contra o Capitalismo Global, nem contra a City. Votaram para sair da UE. Ponto. O facto desta ser uma organização que defende um modelo económico capitalista, não implica que quem contra ela é seja necessariamente anti-capitalista. Acham que Ruppert Murdoch, ou Dacre ou Farage são exemplo de Socialismo? Acham que os 60% dos votantes Conservadores que votaram pelo Leave são Socialistas? Como sabemos, o Capitalismo tem uma notável capacidade de se adaptar, e encontrará certamente vantagens num País governado por Theresa May ou por Andrea Leadsom. Já as zonas pobres de Gales que ficarão sem fundos comunitários, ou os trabalhadores que perderão as (escassas) proteções das Leis Europeias, provavelmente ficarão pior. É revelador que Lord Lawson, antigo Chanceler Conservador (que vive em França), tenha dito que o Brexit permitirá acabar o trabalho de Thatcher e transformar a Economia Britânica na mais dinâmica da Europa e servir de exemplo aos países do Continente (ver http://www.bbc.com/news/uk-politics-36717050). Heads I win, tails you loose...Jaime Santoshttps://www.blogger.com/profile/18024888447604466826noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4018985866499281301.post-11732680054026987372016-07-05T20:36:29.463+01:002016-07-05T20:36:29.463+01:00Caro Ricardo, a frase:
"Por outras palavras,...Caro Ricardo, a frase:<br /><br />"Por outras palavras, é preciso reduzir os salários, as pensões, as transferências sociais, os direitos sociais e laborais, tudo isto visando aumentar as exportações, atrair o investimento, reduzir a despesa pública e, desta forma, tornar os países mais auto-suficientes."; faz muito pouco sentido. Sendo a lógica do pensamento de quem manda, é muito ilógica. Os países que conheço terem esse modelo económico, são sub-desenvolvidos ou lá perto. Basear tudo nas exportações é entregar-se de mãos atadas aos ciclos infernais do modelo capitalista; qualquer convulsão e lá vamoss nós. Talvez na China funcione mas não aqui. Esse, não é, de resto, o modelo das Economias avançadas e com forte componente exportadora. Em primeiro lugar os salários não são mínimos, segundo, o nível de formação médio permite adaptar-se a novos desafios de forma menos dolorosa e por fim, em terceiro lugar, esses países não exportam nem cerveja nem azeite, mas sim alta tecnologia sobre rodas entre outras formas de morrer ou matar, por entre máquinas e medicamentos para salvar vidas. Já para não falar no nível de estado social que alguns desses países possuem. Sendo este o argumento central do seu texto, pareceu-me dever expôr a contradição.<br /><br />Saudações,<br /><br />Sandro<br /><br /><br /><br />Sandro Marqueshttps://www.blogger.com/profile/15944768522710065861noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4018985866499281301.post-34524279926912301022016-07-05T18:51:49.217+01:002016-07-05T18:51:49.217+01:00"Quase todos os comentaristas que dissertaram..."Quase todos os comentaristas que dissertaram acerca do voto do eleitorado britânico a favor do abandono da União Europeia, quer da direita quer da esquerda, deixaram de captar o ponto essencial do mesmo: que se trata de uma revolta maciça contra a hegemonia da finança globalizada. Na verdade, o facto de não terem percebido este ponto é em si mesmo indicativo da omnipresença desta hegemonia entre os literati, dos quais o eleitorado britânico, de modo interessante, parece ter-se libertado substancialmente. <br />...Eles em suma defendiam a globalização, a qual sustentam ser benéfica, enquanto ignoravam sua principal característica, nomeadamente a globalização do capital financeiro, cujas consequências perniciosas preferiram ignorar.<br /><br />Esta tendência de destacar os benefícios da globalização ("traz maior aproximação à espécie humana"), enquanto se minimizam as implicações da hegemonia do capital financeiro sobre este processo, caracteriza, infelizmente, a atitude de grande parte da própria esquerda europeia. Grande parte desta esquerda tem sido uma forte apoiante da União Europeia, como corporificação da transcendência de conflitos "nacionais" que infestaram a Europa na primeira metade do século XX, muito embora a própria UE tenha sido dominada pelo capital financeiro alemão. A referida esquerda procurou ultrapassar esta contradição óbvia com a esperança irreal, a qual não é senão uma mera suposição, de que dentro da UE a hegemonia do capital financeiro alemão pode ser neutralizada (negated) através de pressão democrática.<br />...Este processo também incapacitou a esquerda como um todo de se tornar uma força coerente, deixando assim o caminho aberto para partidos de extrema-direita, racistas, fascistas ou semi-fascistas aproveitarem o descontentamento do povo com a crise engendrada pela globalização sob a hegemonia do capital financeiro.<br />O facto de o voto "exit" ter sido aparentemente influenciado pela retórica contra a imigração (as regras da UE impõem que todos os países membros aceitem imigrantes dos outros países membros) e portanto tingida por uma visão racista do mundo, foi mencionado pelos seus oponentes como argumento para rejeitar a opção da "saída". Não está claro em que medida esta acusação é verdadeira. Mas, qualquer que tenha sido o matiz racista atado ao campo do "exit" ele verificou-se precisamente porque a esquerda e o centro-esquerda (incluindo acima de tudo o Partido Trabalhista) preferiram ignorar a cólera do povo contra o alto desemprego e a crise imposta pelo capital financeiro e pediram-lhe que votasse pela "permanência". <br /><br />Já lá iremos ao mito da Alemanha e à "xenofobia do fraco ao forte" um outro estereotipo curioso que também actua como uma cortina de fumo<br /><br /><br />Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4018985866499281301.post-23123966768905691902016-07-05T18:35:57.262+01:002016-07-05T18:35:57.262+01:00Continuemos a ler Prabhat Patnaik, um economista i...Continuemos a ler Prabhat Patnaik, um economista indiano:<br />"é o capital financeiro globalizado, não importa quais as suas origens nacionais, que se opõe ao Brexit). A City sempre foi resolutamente a favor da Europa, a fim de frustrar a ambição de Frankfurt de substituir Londres como centro financeiro do continente, o que seria o caso se a Grã-Bretanha se afastasse. A City foi instrumental na promoção da entrada da Grã-Bretnha na Europa. Ela também foi instrumental em livrar-se de Margaret Thatcher como primeiro-ministro quando ela começou a exprimir sentimentos anti-europeus. Mesmo neste referendo, a City fez campanha vigorosa contra o Brexit. E não deveria ser surpresa que além da Escócia e Irlanda do Norte, onde sentimentos pró-europeus podem ter sido fortalecidos por um nacionalismo anti-inglês (o que mais uma vez testemunha uma leitura totalmente errada da situação por parte da esquerda que de outra forma poderia ter acalmado suas preocupações), a única outra região do país que apoiou a "permanência" fosse a cidade de Londres (apesar de Boris Johnson). Sem dúvida o facto de Londres ter uma população imigrante apreciável que estaria inclinada a opor-se ao Brexit foi um factor por trás da sua votação no "remain". Mas a influência do capital financeiro britânico também desempenhou um papel significativo". <br /><br />Curiosa esta nota do voto no Remain em Lodres...apesar de Boris JohnsonAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4018985866499281301.post-71571143606197792422016-07-05T18:32:48.345+01:002016-07-05T18:32:48.345+01:00Quanto à famosa falta de estratégia que Jaime Sant...Quanto à famosa falta de estratégia que Jaime Santos passa aqui o tempo a perorar o que esperava este?<br /> "Os Nigel Farages (chefe do UKIP) e os Boris Johnsons do mundo são particularmente incapazes de liderá-los em qualquer luta contra a finança globalizada (de facto, como todos os fascistas, o UKIP estaria à espera de ser cortejado pelo capital financeiro e o mesmo seria verdadeiro em relação a Johnson)."<br />Ora onde está o capital financeiro, de que lado votou o capital financeiro? Do lado do Remain<br />Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4018985866499281301.post-84753736374786305142016-07-05T18:25:37.674+01:002016-07-05T18:25:37.674+01:00Mais uma vez Jaime Santos agita os seus fantasmas....Mais uma vez Jaime Santos agita os seus fantasmas. E um deles é Corbyn.<br />Ainda não percebeu um princípio básico do jogo democrático, quer a nível da tradução da vontade duma sociedade quer a nível de eleições envolvendo militantes de partidos.<br />E infelizmente sofre daquilo que acusa os demais : 'wishful thinking'<br /><br />A definição de populista tem vários sentidos. Populista pode ser por exemplo quem acusa os demais de populistas. Mas num outro sentido mais amplo já João Rodrigues alertara aqui em tempos num seu post certeiro para o uso da palavra "populista " por certas elites que se notabilizam na defesa da manutenção do status quo <br />http://ladroesdebicicletas.blogspot.pt/2014/05/arriscar-ser-populista-e-euroceptico.html<br /><br />Num parágrafo notável e desmascarando essa coisa de nome António Vitorino.: "recordo o europeísta Vitorino, um dos que dirige o cada vez mais irrelevante e bizarro culto Delors, quando afirmou um dia que “a linha entre populismo e cosmopolitismo é a grande confrontação na Europa”. Esperemos mesmo que seja e que o povo português encontre forma de ganhar este confronto e de retirar poder aos vende-pátrias, o verdadeiro significado desse cosmopolitismo nas presentes circunstâncias, aos que têm andado estas últimas décadas a defender o, e a beneficiar do, esvaziamento da soberania nacional e logo da democracia na escala onde esta pode existir."Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4018985866499281301.post-34311783574187506042016-07-05T12:45:34.084+01:002016-07-05T12:45:34.084+01:00A saída do Reino Unido da UE poderá ser o começo ...A saída do Reino Unido da UE poderá ser o começo de uma cisão de dimensão apreciável. O Reino Unido tem todo o mercado do Comonowelt e poderá regressar à EFTA e convidar outros países a fazê-lo, sendo assim a UE seria fraccionada e o Euro teria os dias contados. Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4018985866499281301.post-17774882143153525042016-07-05T12:23:05.765+01:002016-07-05T12:23:05.765+01:00Embora esteja de acordo com o conteúdo do post , a...Embora esteja de acordo com o conteúdo do post , a ameaça de sanções a Portugal poderá ser um ataque especifico contra a actual maioria parlamentar , no fundo será um acto de vingança.O actuante é a Eurocracia de Bruxelas com os seus comissários mas o mandante , sem qualquer dúvida, é a Alemanha que se encontra por trás,essencialmente o seu ministro das finanças , um indivíduo que tem desferido sucessivamente ataques a Portugal. Anonymousnoreply@blogger.com