Não há dinheiro para as necessidades do Serviço Nacional de Saúde. Não há
dinheiro para reequipar os transportes públicos. Não há dinheiro para
recuperar o tempo de carreira dos professores. Não há dinheiro para
reduzir os impostos sobre os combustíveis. É hoje claro que Portugal
nunca saiu da austeridade, não é? Não, não é.
(O resto do meu artigo no DN de ontem pode ser lido aqui.)
Pegando no assunto onde o RPM o deixou "encalhado".
ResponderEliminarRPM de facto acaba por não dizer aquilo que já não é segredo para ninguém:
Que as limitações que são postas a uma política económica mais expansiva que a boa teoria económica aconselharia estão vedados pelos tratados e acordos que definem a zona euro.
E que esses acordos e tratados, tal como estão redigidos, beneficiam enormemente e de forma injusta uma classe dominante que controla a informação e a vida política um conjunto estrito de países em detrimento dos interesses da generalidade dos cidadãos dos países da "União" Económica e Monetária e particularmente dos portugueses.
Então porque não dizê-lo claramente? Qual é o medo?
Porquê falar das coisas à boca pequena? Porquê ficar nessas meias-tintas?
Têm medo que lhes venham pedir para liquidar os saldos Target2? LOL
https://braveneweurope.com/heiner-flassbeck-and-joachim-nanninga-target-2-or-how-to-stir-up-the-people
Lembram-se de como eu expliquei que os saldos Target2 apenas serviam de indicador sobre os movimentos de capitais no interior da zona euro e não representavam montantes "a liquidar" como alguns economistas alemães insistem despudoradamente?
Abram a pestana!
S.T.
Já que estamos a fazer um balanço muito "envergonhado" das causas da depressão engendrada pelo governo de Passos Coelho em conluio com as autoridades da zona euro e da EU, mais vale fazê-lo na óptica de outro participante nos "resgates", o FMI ou IMF, como quiserem:
ResponderEliminarhttps://www.telegraph.co.uk/business/2016/07/28/imf-admits-disastrous-love-affair-with-euro-apologises-for-the-i/?utm_source
E embora o relatório incida mais sobre o caso da Grécia pela extrema irracionalidade a que a asfixia económica lá chegou, muito é aplicável também ao caso português.
"The report said the whole approach to the eurozone was characterised by “groupthink” and intellectual capture."
"Some staff members warned that the design of the euro was fundamentally flawed but they were overruled."
"This pro-EMU bias continued to corrupt their thinking for years."
"At root was a failure to grasp the elemental point that currency unions with no treasury or political union to back them up are inherently vulnerable to debt crises."
"“In a monetary union, the basics of debt dynamics change as countries forgo monetary policy and exchange rate adjustment tools,” said the report. This would be amplified by a “vicious feedback between banks and sovereigns”, each taking the other down. That the IMF failed to anticipate any of this was a serious scientific and professional failure."
O IMF tem vindo através dos seus mecanismos de avaliação interna a fazer mea-culpa em relação aos seus flagrantes erros. Quando é que veremos o mesmo da parte dos outros participantes na troika?
E sobretudo, quando é que veremos a reparação do mal causado?
S.T.
Faço notar como é importante a "narrativa" que é fornecida ao público através de artigos em jornais impressos ou online.
ResponderEliminarLeram com atenção o funcionamento dos saldos Target2 no artigo da Brave New Europe?
https://braveneweurope.com/heiner-flassbeck-and-joachim-nanninga-target-2-or-how-to-stir-up-the-people
Como podem constatar é exactamente como eu expliquei em comentários há algum tempo atrás.
Agora vejam com o Sr Sinn(er) (pecador!) coloca essa mesma questão em artigo do Project Syndicate:
https://www.project-syndicate.org/commentary/twilight-of-the-euro-by-hans-werner-sinn-2018-07
"But, rather than using the extra money to lubricate their domestic economies, Southern European countries used it to carry out payment orders to Germany. They forced the Bundesbank to credit the purchase of goods, services, real estate, corporate shares, and even whole companies – or at least to credit the filling of bank accounts in Germany that would be readily available for asset purchase should the risk of a euro breakup arise. The purchases of goods and services are one of the reasons for Germany’s huge export surpluses."
Ou seja o Sr Sinn responsabiliza-nos pela fuga de capitais e pelo desequilíbrio da nossa balança de pagamentos, mesmo que os tratados que regulam a EMU (ou UEM) nos tenham retirado os instrumentos para regular esses fluxos de capitais. Não é genial?
Mais! Pasme-se! O Sr Sinn queixa-se de o capital afluir à Alemanha:
"By mid-2018, the net amount of payment orders to Germany through the Target system had risen to €976 billion. As a perpetual overdraft drawn from the Bundesbank, this money was not unlike the International Monetary Fund’s Special Drawing Rights, except that there is much more of it – a sum greater than all of the funds IMF countries are willing to loan to one another. Spain and Italy alone drew down about €400 and €500 billion, respectively."
E claro, tem o descaramento de comparar os saldos Target2 com os SDR (Direitos Especiais de Saque) do IMF. Como é possível?
E não se levanta uma voz que seja a contradizer este discurso na imprensa portuguesa?
Ninguém percebe o sofisma de tal "narrativa"?
Anda tudo a dormir em pé?
S.T.
Uma política que mantém o desemprego real alto, as famílias endividadas, a banca falida, o investimento público e privado nulo e a especulação alta, se não é austeridade é o quê?
ResponderEliminarOu para ser brutalmente claro em relação ao artigo de Ricardo Paes Mamede:
ResponderEliminarPara que serve a vantagem eleitoral conquistada ao PSD e PP se depois por factores externos não a conseguem transformar em margem de manobra económica que se traduza em crescimento?
E notem bem, nem estou a falar em medidas "de esquerda" à BE/PCP, estou a falar em crescimento empresarial com criação de capacidade produtiva, mais-valias e emprego.
Isto é, o PS arrisca-se a ganhar internamente para depois não ter margem de manobra externa a nível europeu para propiciar o tão almejado crescimento. E isto por sua própria culpa, por falta de capacidade ou cobardia em desafiar a "narrativa" das elites europeístas. O espaço de manobra conquista-se também no plano da opinião pública interna/externa com posições claras e criticas acutilantes.
Eu percebo as limitações tal como são definidas tão bem por Sergi Cutillas:
"In short, and in view of the events described, and others not discussed here for lack of space, would it be possible for a progressive government to carry out policies in favour of the working and popular classes in the Eurozone when it knows that if it does so it will face the possibility of the ECB contributing to the collapse of its finances? What is more, is it possible to call the political regime of the euro a democracy?"
(in
https://braveneweurope.com/sergi-cutillas-is-it-possible-to-call-the-political-regime-of-the-euro-democracy )
Mas só pelo desafio do esclarecimento das opiniões públicas pode ser conquistada uma tal margem de manobra.
"Bater em mortos" no pequeno jogo político nacional é tão limitado!
S.T.
Em relação ao anónimo das 1 DE AGOSTO DE 2018 ÀS 01:36 é um impostor, considerando que é a CP, e não a Fertagus, que tem o seu material circulante putrefacto e canibalizado, mesmo que nos custe a todos vários milhões por ano. São parasitas do funcionalismo (CP) a suster outros colegas parasitas do funcionalismo (EMEF)!
ResponderEliminarOs carros dos portugueses são todos reparados nas oficinas privadas, os aviões das companhias áreas em oficinas privadas, os tractores dos agricultores em oficinas privadas, mas os comboios só podem ser reparados em oficinas públicas.
A CP depara-se com uma dramática falta de material circulante, oficinas que não têm pessoal para manter e reparar os comboios, que estão velhos e sujeitos a rotações cada vez maiores, o que aumenta a probabilidade de avarias. A situação tenderá a piorar nos próximos meses com o período de férias na EMEF (oficinas da CP) e um aumento na procura por parte dos passageiros.
É o que tem acontecido com o Intercidades para Évora, que deveria ser realizado com locomotiva e carruagens, mas que a empresa troca por uma vulgar automotora UTE (Unidade Tripla Eléctrica) que é normalmente afecta ao serviço regional. Compreende-se: três em cada dez carruagens da CP para o serviço de longo curso têm estado imobilizadas nas oficinas à espera de manutenção.
Noutros casos, é o Alfa Pendular para Braga ou Guimarães que chega ao Porto e tem de ir para a oficina, sendo os passageiros obrigados a mudar para uma UTE para poderem prosseguir viagem.
A situação é igualmente grave no Algarve, no Alentejo e no Oeste, onde as supressões de comboios este ano têm sido diárias. O mais grave é que nem sempre a CP substitui os comboios suprimidos por autocarros e são frequentes os casos de passageiros que ficam abandonados nas estações e apeadeiros – sem qualquer informação – à espera de um transporte que não chega.
Os esquerdalhos não têm vergonha, nunca terão: inflação na Venezuela poderá chegar a 1 milhão por cento!
ResponderEliminarO camarada Maduro já tem solução para o problema: retirar cinco zeros ao valor da moeda!
https://www.rtp.pt/noticias/economia/moeda-venezuelana-vai-passar-a-ter-menos-cinco-zeros_v1089911
Ha-Ha!
ResponderEliminarComo já houve um trolha que veio com conversas da treta sobre esquerdalhos e Venezuela, permito-me tentar restaurar o nível sugerindo um artigo do Paul Mason sobre neoliberalismo.
A abordagem de Mason é particular mas não deixa de ser interessante.
https://www.newstatesman.com/politics/economy/2018/05/neoliberalism-real-economic-model-here-s-how-left-can-overturn-it
Boa leitura!
S.T.
Pobre Pimentel Ferreira
ResponderEliminarCompletamente desesperado, engana-se até no sítio onde debita a extraordinária colecção de disparates aí em cima exposta
Custa ver a degradação de quem andou a dar cabo do serviço público ( relembra-se que Pimentel Ferreira é do PSD) vir agora acenar com os cacos provocados pelos seus amigos e correligionários, para justificar a entrega total aos privados dum serviço público
Espanta sempre ver a cupidez desta tralha neoliberal. Espanta ver o quão próxima está dos salteadores mafiosos ou do fascismo admirado por Friedman.
Espanta a falta de memória destas coisas. Imediatamente antes da privatização dos CTT passaram o tempo a debitar as mesmas alarvidades. Passos também mandou criar fóruns e blogs como meio de pressão para tentar justificar a pulhice criminosa
Os resultados estão à vista. Pimentel Ferreira também
Quanto ao maduro que anda atrás do Maduro, sabe-se que há maduros para tudo
ResponderEliminarMas não perceber a idiotia de tal tipo de comentários, tão ao lado que dá vontade de rir, é francamente confrangedor
Pimentalices é certo. Com a novidade de agora aparecer em tons histriónicos
Acontece. Depois não se queixe que nem as Nádias o aturem
«Ainda mais absurda é a ideia de que a contração da despesa e o aumento dos impostos seriam a resposta adequada num contexto recessivo.»
ResponderEliminarA ideia é tão absurda que suspeito que não houve quem a tivesse.
Mas no caso português tudo era tão absurdo antes que a lógica é bem outra: quem vai a caminho de bater na parede, melhor é que trave do que acelere.
E se a lotaria do turismo adicionada de algum engenho saiu para o nosso lado, bastou que este abrandasse para que soassem os alarmes de quem já vê a parede a aproximar-se de novo.
Podem não lhe chamar austeridade, chamem-lhe travagem (que já vem de longe mas que só agora se nota).
O que é que a CP tem a ver com o artigo?
ResponderEliminarEm que fábrica é que a EMEF vai fabricar as peças que os parasitas não têm? E porque é que esses parasitas foram ganhar melhor nos NSB, SBB, DB e por aí fora?
Paulo Marques, se toda a maquinaria do país, desde aviões a telemóveis, é reparada em oficinas privadas, qual a utilidade da EMEF? Manter a parasitagem?
EliminarEsta e outras descrições da CP demonstram de forma eufemistica, mas demonstram,o estado a que a horda neoliberal conduziu a referida CP
ResponderEliminarUma vergonha de facto. Dirigentes partidários, boys e avençados dos interesses económicos da Barraqueiro e afins, são colocados à frente das empresas públicas para dar cabo delas, diminuir o seu preço de aquisição e tornar mais fácil a sua privatização
Uma vergonha de facto. Como alguém dizia “ e não vão presos “ ?
Os CTT, empresa pública que nem Salazar privatizou, caiu nas garras desta gente
ResponderEliminar5% das estações de correio fecharam num ano
Tudo a bem da engorda de uns tantos com prejuízo de todos nós
São alguns tubarões dos aparelhos partidários da direita , que são directamente colocados à frente destas empresas a privatizar.
ResponderEliminarPor exemplo, o ex-secretario geral do CDS-PP , Manuel Queiró, foi nomeado presidente da CP por Passos Coelho
A estratégia está bem oleada. Esta malta é paga pelo Estado para gerir o público em função do privado. Depois ainda lhes dão indemnizações quando aquilo acaba. E acabam posteriormente para seguir para os mesmos lugares já na empresa privatizada, como recompensa pelo trabalho sujo feito
Não admira assim que ponham os boys a fazer o seu trabalhinho, como parece ser evidente pelo sujeito que até tem um fórum criado para o efeito
"Os CTT, empresa pública que nem Salazar privatizou,"
ResponderEliminarDesde quando Salazar era liberal, defensor de um mercado livre!? No que toca a liberdade económica, Salazar e os vermelhos, não tinham muita diferença.
«Os CTT, empresa pública que nem Salazar privatizou…»
ResponderEliminarAnda um ignaro treteiro à solta neste blog!
A economia Tuga antes do euro e da perda de soberania pelo "bacano da PGA":
ResponderEliminar(...)
"Portugal vive na primeira década após o 25 de Abril um período bastante instável do ponto de vista económico e a noção de crise económica está sempre mais ou menos presente. Depois há um período de grande expansão da economia, entre 85 e 91 em que se conjugam uma série de estrelas."
"Cavaco teve uma sorte enorme. Ele não é responsável por esse boom, e a parte em que é responsável mais valia que não o fosse. É um momento verdadeiramente extraordinário na economia internacional, há uma quebra substancial do preço do petróleo, uma desvalorização forte do escudo face ao dólar, taxas de juro baixas e isso em simultâneo com a entrada de Portugal na então CEE, que significa um afluxo enorme de investimento directo estrangeiro ao país, de fundos europeus de coesão, para não falar do facto de que em 83 e 85 se esteve numa crise financeira profunda para haver o ajustamento externo, quando se sai da crise a tendência é para que haja crescimento. Cavaco Silva foi basicamente um sortudo dos diabos. Mas logo em 91 volta a haver uma crise profunda, marcante para a minha formação, a crise do sistema monetário europeu." (...)
Da entrevista no Público ao "bacano" Ricardo Paes Mamede.
O ignaro treteiro será o josé ?
ResponderEliminarQuando ouve invocar o santo nome do patife fica com os nervos à flor da pele ?
E depois saem-lhe aquelas pérolas, motivo de fartas gargalhadas, sobre a integridade de salazar que segundo ele, até devolveu o dinheiro do plano Marshall?
Quanto ao Pimentel Ferreira mais os vermelhos e os negros
ResponderEliminarEssa coisa da liberalidade ê um assunto mais adequado para outros. Ou outras. Mas Isso é perguntar aos amigos e amigas do dito
Os liberais não hesitam em partilhar a cama e a mesa com os fascistas. As provas estão aí à vista
Salazar era bem liberal no cacete. E também bufava contra os vermelhos. Assim do género do Pimentel Ferreira.
Estará à espera do lugar do Queiró, assegurado pela canalhada que destrói os bens públicos? Foi por isso que criou o fórum? Foi por isso que se filiou no PSD?
"«Ainda mais absurda é a ideia de que a contração da despesa e o aumento dos impostos seriam a resposta adequada num contexto recessivo.»
ResponderEliminarDiz jose:
"A ideia é tão absurda que suspeito que não houve quem a tivesse."
Suspeita mal.
Então não houve?
Toda a tralha neoliberal.
E o jose não se lembra de ir na frente do cortejo a pedir por mais, a chorar por mais, a exigir mais e a lançar os palavrões próprios da casta a que pertence?
Há qualquer coisa de desagradável que pontifica no comentário dum sujeito de nickname unabomber.
ResponderEliminarJá não é a primeira vez que se assiste a isto. Mas o seu tom um pouco acanalhado mostra bem até que ponto vai a mediocridade duma pseudo-elite intelectual, tão enfeudada à Alemanha que deixa pelo caminho a educação que os papás supostamente lhe forneceram.