terça-feira, 23 de abril de 2013
Do Estado social ao Estado penal
Fernando Alexandre, o novo Secretário de Estado adjunto da Administração Interna, economista e professor universitário, foi um dos autores de um estudo, encomendado pela associação portuguesa de seguradoras, onde se defende a privatização das funções sociais do Estado, em especial da segurança social, com o pretexto de que assim se incentivaria a poupança. Poupem-nos, por favor. Dado que o desmantelamento do Estado social é um dos objectivos deste governo e que o atrofiamento do Estado social é o outro lado do reforço das desigualdades e do Estado penal, o Estado que aposta na administração interna, na vigilância e controlo das novas classes ditas perigosas, Alexandre até parece, afinal de contas, estar no sítio certo, num dos ministérios mais importantes da emergente economia política nacional. De resto, os sinais de incremento da fractura social estão aí: cada vez se rouba mais para matar a fome e as grandes superfícies investem em segurança, o que parece apontar para a relação entre maior desigualdade socioeconómica e maior percentagem de trabalhadores dedicados a actividades de segurança e controlo.
«Dado que o desmantelamento do Estado social é um dos objetivos deste governo e que o atrofiamento do Estado social é o outro lado do reforço das desigualdades e do Estado penal»
ResponderEliminarDado que o objetivo deste governo (a soldo da alta finança) é destruir o estado social, o que é que impede os cidadãos de destruírem o parasitismo daqueles (eliminando-os)?
Face a uma violência inaudita de meia-dúzia de escroques contra milhões seres humanos, não será um dever moral destes esmagar aquela meia-dúzia? Sem piedade?
assim se incentivaria a poupança
ResponderEliminarO que aliás só é verdadeiro a curto prazo.
A longo prazo não há nenhuma poupança acrescida, na medida em que o dinheiro que os novos colocam no sistema de segurança social privado é dele retirado pelos velhos. Tal e qual como num sistema de segurança social estatal.